Produtores podem ter achado saída para reverter o fim do chocolate
Mudanças climáticas, pestes, o consumo de doces na China e até mesmo o ebola na África contribuíram para crise
Na tentativa de salvar a delícia mais popular no mundo, já surgiram algumas opções. Para continuar suprindo a demanda de chocolate no mundo, empresas podem adicionar outros ingredientes ao cacau, como maior quantidade de químicos para manter o sabor e gordura vegetal. Outra alternativa, que já vem sendo adotada por alguns, é diminuir o tamanho das barras de chocolate.
Foto: Reprodução Internet
Um cacau mais resistente a fungos e que produz sete vezes mais grãos que o tradicional vem sendo desenvolvido por cientistas. O grão é chamado CCN51. Porém o sabor do grão ainda não agrada o gosto comum da população, sendo um pouco amargo e segundo um dos pesquisadores, “ácido”.
A esperança para resolver o problema pode estar na América Central. No Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino, grãos chamados R-1, R-4 e R-6 vêm sendo desenvolvidas e a boa notícia é que seu sabor é muito bom. Dois deles foram premiados no Salon du Chocolat em Paris, R-4 por sua “doçura e notas frutais e florais” e R-6 por “notas de noz, com subtons de fruta marrom.” A questão é como produtores de outras partes do mundo vão se adaptar a isso.
Para explicar os motivos da “seca do cacau”, segundo o jornal The Atlantic, há algumas opções: mudanças climáticas, pestes, o incrível consumo de doces na China e até mesmo o ebola na África Ocidental.
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Uma coisa certa é que o consumidor comum do chocolate pode esperar é a alta nos preços do produto. Durante anos a indústria se esforçou para oferecer o doce em larga escala a preços mais baratos e a natureza pode ter cobrado seu preço. Segundo o Washington Post, por causa da demanda em 2012 os preços do cacau subiram mais de 60% desde então.
Além das pestes que produtores têm que driblar normalmente, como fungos e também a severa seca na África, há também um fator pouco conhecido fora do ramo: a demora para o cacau frutificar. Segundo a Bloomberg, novas mudas de cacau, se comparadas ao milho, não produzem frutos por dois anos, no mínimo, e levam 10 anos para revelar traços valham a pena perpetuar.
E como o ebola pode ter relação com o chocolate? As regiões mais afetadas pelo surto da epidemia — Libéria, Guiné e Serra Leoa — são próximas de Gana e Costa do Marfim, países responsáveis por 60% do suprimento do cacau mundial. Há preocupações de que isso possa fazer a produção cair de rendimento e contribuir para o aumento de preço do produto.
(Fonte): O Dia