Após ser chamada de 'macaca', capitã da seleção de vôlei desabafa: 'basta de ódio'

O caso aconteceu no ginásio do Minas, em Belo Horizonte. Ainda de acordo com Fabiana, a equipe mineira retirou o torcedor das arquibancadas e o levou à delegacia

A central Fabiana Claudino, do Sesi-SP e da seleção brasileira, acusou um torcedor de racismo na partida contra o Minas, na última terça-feira, pela Superliga feminina. Segundo a atleta, um homem a chamou de “macaca” e perguntou se ela “queria banana”.

O caso aconteceu no ginásio do Minas, em Belo Horizonte. Ainda de acordo com Fabiana, a equipe mineira retirou o torcedor das arquibancadas e o encaminhou à delegacia.

Em suas redes sociais, a capitã da seleção brasileira, que é mineira, desabafou e exigiu o fim das manifestações de ódio e da intolerância.

“Ontem, durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era ‘macaca quer banana’, ‘macaca joga banana’, entre outras ofensas. Esse tipo de ignorância me atingiu especialmente porque meus familiares estavam assistindo a partida. Ele foi prontamente retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Agradeço a atitude do Minas, em não ser conivente com esse absurdo”, relatou.

“Refleti muito sobre divulgar ou não, mas penso que falar sobre o racismo ajuda a colocar em discussão o mundo em que vivemos e queremos para nossos filhos. Eu não preciso ser respeitada por ser bicampeã olímpica ou por títulos que conquistei, isso é besteira! Eu exijo respeito por ser Fabiana Marcelino Claudino, cidadã, um ser humano. A realidade me mostra que não fui a primeira e nem serei a última a sofrer atos racistas, mas jamais poderia me omitir. Não cabe mais tolerarmos preconceitos em pleno século XXI”, prosseguiu.

“A esse senhor, lamento profundamente que ache que as chicotadas que nossos antepassados levaram há séculos, não serviriam hoje para que nunca mais um negro se subjugue à mão pesada de qualquer outra cor de pele. Basta de ódio! Chega de intolerância!”, finalizou.