Atuação do Banco Central e dados sobre o emprego nos EUA influenciam.
Na quinta-feira, dólar fechou acima de R$ 3 pela primeira vez desde 2004.
Após começar o dia operando em baixa, o dólar virou e passou a operar em alta nesta sexta-feira (6) e, por volta das 10h30, a moeda norte-americana passou novamente o valor de R$ 3. Por volta das 12h, a moeda era vendida a R$ 3,049, em alta de 1,25%. Veja cotação.
A mudança de rumo veio depois da divulgação de dados mostrando que o desemprego caiu a 5,5% nos Estados Unidos em fevereiro – a menor taxa desde maio de 2008. O número, melhor que o esperado pelos economistas, reforça as apostas de que os juros devem começar a subir em breve na maior economia do mundo. Se isso acontecer, a tendência é de saída de dólares do Brasil, o que eleva a cotação da moeda.
Pesam ainda sobre os negócios nesta sexta-feira especulações de que o Banco Central poderia aumentar sua atuação no mercado para enfrentar a recente pressão cambial.
Acima de R$ 3
Na quinta-feira, o dólar fechou a R$ 3,0115 – acima de R$ 3 pela primeira vez desde agosto de 2004, com o mercado atento ao programa cambial do Banco Central e às incertezas quanto ao ajuste das contas públicas, depois que o presidente do Senado rejeitou a medida provisória que trata de desoneraçõestributárias.
No Brasil, preocupações sobre a viabilidade do plano de ajuste das contas públicas têm elevado as cotações do dólar nas últimas semanas. Alguns investidores têm evitado ativos brasileiros, temendo que o governo não seja capaz de resgatar a credibilidade da política fiscal. “Toda a região (América Latina) está sofrendo, mas o real é especialmente vulnerável, em função dos problemas fiscais”, disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.
A moeda norte-americana subiu nos últimos quatro dias, acumulando alta de mais de 5% e superando o patamar psicológico de R$ 3. A disparada das cotações levava muitos operadores a especular que o BC poderia elevar a oferta de swaps cambiais de forma a rolar integralmente o lote que vence em abril. Essa expectativa contribuiu para manter o dólar em baixa pela manhã.
Se mantiver até o penúltimo pregão do mês o ritmo atual, com a oferta de 7,4 mil contratos por dia, a autoridade monetária rolará perto de 80% do lote de abril, que equivale a 9,964 bilhões de dólares. “É uma pulga atrás da orelha. O mercado começa a se perguntar se pode vir mais swap”, resumiu o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.
Operadores também têm dúvidas sobre a continuidade do programa de intervenções diárias no câmbio, marcado para durar até pelo menos o fim deste mês. Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, divididos igualmente entre os vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 98,1 milhões de dólares.
