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A decisão será por aclamação, para mostrar uma coesão interna rumo ao pós-Dilma Rousseff
O PMDB sacramenta hoje, em reunião do diretório nacional, o desembarque do governo federal. Ontem mesmo o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, entregou a carta de exoneração. A decisão será por aclamação, para mostrar uma coesão interna rumo ao pós-Dilma Rousseff e para esconder do Planalto o tamanho do PMDB que ainda pode ser pressionado na batalha para se evitar o impeachment. Principal beneficiário, o vice-presidente Michel Temer sequer aparecerá na reunião, para não dar argumentos aos adversários de que é um “conspirador contra a democracia”. Além de Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que concordou com a decisão por aclamação no encontro de hoje, não comparecerá.
Os ministros que se sentirem constrangidos com o rompimento também estão liberados de comparecer ao encontro, mas terão até 12 de abril para deixar os respectivos cargos — é quando se completam 30 dias desde a convenção do partido. Diretores de estatais e de bancos públicos também seguirão o mesmo caminho. Apadrinhados do PMDB que estiverem no segundo e terceiros escalões estão autorizados a permanecer onde estão.
A proposta de abandonar a disputa no voto e partir para o consenso foi discutida com Temer em encontro entre o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e pelo vice-presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), na noite de domingo. Temer sugeriu a ambos que procurassem Renan, já que, além dos ministros, ele era a maior resistência até então. Os senadores fizeram isso na tarde de ontem. E só após o aval do parlamentar alagoano Temer se deslocou para a residência oficial do presidente do Senado para selar o acordo.
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O posicionamento de alguns ministros ainda suscita dúvidas no PMDB. A principal incógnita é como se comportará a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Amiga pessoal da presidente, ela tem sido muito pressionada pelos ruralistas a deixar o governo. Há pouco menos de um mês pensou seriamente nessa possibilidade, especialmente após a sinalização de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiria um cargo no Executivo Federal.
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