Rui Costa, governador da Bahia, se recusa ir ao evento de inauguração do Aeroporto Glauber Rocha onde Bolsonaro estará

A inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista (BA), evidenciou o clima tenso entre políticos do Nordeste e Jair Bolsonaro após comentários do presidente sobre governadores da região. O terminal, localizado a 518 quilômetros da capital baiana, será inaugurado nesta terça-feira, 23, pelo presidente sem a presença do governador do Estado, Rui Costa.

Na sexta-feira passada, dia 19, em áudio captado pela TV Brasil, Bolsonaro faz referência à região e diz que o governo federal não devia dar “nada” para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Há trechos inaudíveis da conversa em que não é possível entender o contexto. O presidente negou que no rápido diálogo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tenha classificado os governadores do Nordeste pelo termo “paraíba” – forma pejorativa usada principalmente no Rio para se referir aos imigrantes da região.

O clima com os políticos locais, porém, ficou estremecido. Bolsonaro acusou os governadores de “manipular” eleitores nordestinos. Costa afirmou nesta segunda-feira, 22, que não vai participar da cerimônia de inauguração do aeroporto. Em um vídeo nas redes sociais, ele alegou que o evento se transformou em uma “convenção político-partidária”.

O governador do PT afirmou que durante a organização da cerimônia, na semana passada, convidou o presidente e sua comitiva como um “aceno de boas maneiras”. Na versão de Costa, o governo federal estabeleceu que, de 300 pessoas convidadas para o evento, o Estado teria direito a indicar 70. Depois, decidiu que seriam 600 convidados – e que o petista teria direito de chamar 100.

Ao todo, o aeroporto de Vitória da Conquista recebeu investimento de R$ 106 milhões, dos quais R$ 75 milhões oriundos do governo federal e R$ 31 milhões da administração estadual. O novo terminal, com pista de pouso e decolagem de 2.100 metros com 45 metros de largura, terá o dobro de capacidade do antigo, podendo ampliar para sua movimentação para 500 mil passageiros até 2020. Políticos locais disputaram a paternidade da obra.