Pernambuco alcança a marca de 600 mil exames para Covid-19

Menos de um mês após atingir a marca dos 500 mil testes para detecção da Covid-19 realizados,  Pernambuco ultrapassou, nesta sexta-feira (30.10), o patamar dos 600 mil exames processados, entre  testes rápidos, sorologias e exames de biologia molecular (RT-PCR). Com a modernização do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE), a ampliação do público prioritário para testagem e abertura de novos pontos de coleta de exames foi possível realizar mais de 100 mil testes nos últimos 25 dias. Somente nas últimas 24h, mais de 5,9 mil amostras foram processadas. Agora, Pernambuco totaliza 605.030 testes para confirmação ou descarte do novo coronavírus realizados.

No final de agosto, após investimentos do Governo de Pernambuco, por meio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), o Lacen-PE automatizou o processamento dos exames, ampliando em quatro vezes a capacidade. Ao todo, dos mais de 600 mil exames processados no Estado, 280 mil foram moleculares do tipo RT-PCR, considerado o padrão ouro e que detecta a atividade viral em sua fase mais aguda, quando a carga de transmissão do paciente está mais alta.. E, destes, 144 mil (51,5%) foram no Lacen-PE. Traçando um comparativo do incremento alcançado, em outubro, até a última quinta-feira (29.10), o Laboratório de Saúde Pública já processou mais de 45,3 mil exames de RT-PCR para a Covid-19. Este número representa um aumento de 325% em comparação ao quantitativo de exames processados em abril (10,6 mil). Em maio, foram 26,7 mil testes. No mês de junho, 18 mil exames processados. Em julho, 29,1 mil testes rodados no Lacen. No mês de setembro, o Laboratório processou mais de 39,9 mil exames de RT-PCR.

“Os esforços do Governo de Pernambuco para ampliar a testagem da população continuam mantendo o Estado no topo do ranking dos estados brasileiros que mais realizam exames do tipo RT-PCR. Atualmente, Pernambuco segue em 5º lugar no levantamento do Ministério da Saúde (MS), com 280.385 testes RT-PCR processados. Vale destacar que, dentre estes moleculares, 76,7% foram feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, pontua o secretário estadual de Saúde, André Longo. Os números estão disponíveis na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (Ivis), do órgão federal.

No informe epidemiológico de hoje, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou 662 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados, 21 (3%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 641 (97%) são casos leves. Agora, Pernambuco totaliza 162.402 casos confirmados da doença, sendo 27.003 graves e 135.399 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

Além disso, o boletim registra um total de 144.174 pacientes recuperados da doença. Destes, 17.289 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 126.885 eram casos leves.

Também foram confirmados laboratorialmente 10 novos óbitos (2 femininos e 8 masculinos), ocorridos desde o dia 15 de maio. As novas mortes são de pessoas residentes dos municípios de Afogados da Ingazeira (1),  Caruaru (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Limoeiro (1), Olinda (1), Passira (1), Recife (2), Salgueiro (1) e Tupanatinga (1). Com isso, o Estado totaliza 8.609 mortes pela doença.

Do total de mortes do informe de hoje, duas ocorreram no dia 28/10 e todas as outras oito foram registradas entre os dias 15/05 e 26/10.

Os pacientes tinham idades entre 43 e 94 anos. As faixas etárias são: 40 a 49 (2), 50 a 59 (1), 60 a 69 (2), 70 a 79 (2) e 80 ou mais (3). Do total, 6 pacientes apresentavam doenças pré-existentes: doença cardiovascular (3), diabetes (2), hipertensão (2), histórico de etilismo (1), doença hematológica (1) e câncer (1) – um paciente pode ter mais de uma comorbidade. Quatro casos estão em investigação.

Com relação à testagem dos profissionais de saúde com sintomas de gripe, em Pernambuco, até agora, 22.297 casos foram confirmados e 38.580 descartados. As testagens entre os trabalhadores do setor abrangem os profissionais de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual e municipal) ou privada. O Governo de Pernambuco foi o primeiro do país a criar um protocolo para testar e afastar os profissionais da área da saúde com sintomas gripais.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO – O epidemiologista e ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, tem analisado o cenário epidemiológico da Covid-19 em Pernambuco e, de acordo com as análises das últimas semanas, diz considerar que o Estado continua em fase de desaceleração da doença. Ele destaca que os principais indicadores mostram uma redução e que pequenas oscilações em algumas semanas são esperadas.

Segundo Oliveira, na semana epidemiológica 30, em meados de julho, Pernambuco apresentava 83 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, o número está em 13 por 100 mil. Isso significa uma redução de 83%. Em relação aos casos graves, o epidemiologista informa que a queda foi de 93% e nos óbitos, 95%, na comparação do mesmo período.

“Temos vários parâmetros que devem ser levados em consideração. A ocupação dos leitos, obviamente, é uma fonte de informação, mas também a positividade dos testes. Então, tem que fazer uma avaliação um pouco mais precisa. Até o momento, não me parece que há nenhuma alteração no padrão epidemiológico”, afirma Wanderson Oliveira.

Mesmo assim, o especialista mostra preocupação pelo fato das pessoas estarem relaxando nas medidas de prevenção. “O fato de termos uma redução no número de casos não significa que a gente possa deixar de usar máscara, evitar de fazer aglomerações. Temos que manter todos os procedimentos e os cuidados que a gente vinha tomando desde o início da pandemia”, ratifica.

Sobre uma segunda onda da Covid-19 no mundo, Oliveira ressalta que, habitualmente, o aumento de casos de infecções respiratórias na Europa é esperado para este período, com o clima mais frio e com as pessoas ficando mais próximas. “Inclusive, historicamente em Pernambuco, daqui há três semanas deve ter, possivelmente, um novo aumento. Tem características locais que apresentam esse padrão”, diz, mas ratificando que esse possível aumento, de acordo com os dados de anos anteriores, está ligado às infecções respiratórias por diversos agentes.

“Os relatos, nos últimos dias, de aumento de casos respiratórios leves, motivado por diversas doenças, nas emergências dos hospitais privados, foram provocados, muito provavelmente, por causa das aglomerações e falta de cuidado no feriadão de 12 de outubro. Por isso, este processo de retomada a uma normalidade possível não pode fazer com que as pessoas baixem a guarda: a falsa sensação de que tudo está normal não pode nos trazer o sentimento de que a pandemia acabou. Pelo contrário, para não perder o que conquistamos, precisamos da consciência de todos”, diz o secretário André Longo.

André Longo aproveitou para pedir que a população adote posturas de proteção durante o feriadão do dia 02 de novembro. “Estamos às vésperas de um novo feriado prolongado. Nos anteriores, tivemos muitas cenas de descumprimento das normas, com pessoas abdicando do uso de máscaras e grandes aglomerações. A recorrência de atitudes que propiciam a contaminação poderá trazer consequências negativas. Por isso é importante que as pessoas continuem se protegendo, usando máscara corretamente, lavando as mãos com frequência e respeitando o distanciamento social, evitando as aglomerações. Nós não queremos retornar ao período em que mais restrições precisaram ser feitas”, finalizou.

TRANSPARÊNCIA – Pernambuco continua mantendo o “nível alto” de transparência de acordo com a análise de outubro do Índice de Transparência da Covid-19 versão 2.0, elaborada pela Open Knowledge Brasil (OKBR) e com a colaboração da comunidade técnica e acadêmica . O Estado tem mantido esse patamar em todas as rodadas dessa nova versão de análise, que dobrou os indicadores analisados. Nessa última análise, a Open Knowledge Brasil destaca as informações sobre o adoecimento da população privada de liberdade, dado que consta no boletim pernambucano.