Defensoria não descarta realização de novo concurso para médicos no HU

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Hospital Universitário em Petrolina (Foto: Larissa Paim)

Dos 41 ortopedistas que foram convocados, apenas nove assumiram.
Defensoria e direção discutiram principais problemas do HU em Petrolina.

Uma reunião realizada nesta quarta-feira (29), entre a Defensoria Pública da União e a direção do Hospital Universitário (HU), discutiu a atual situação da unidade hospitalar. Após o encontro, o defensor público federal, Igor Roque, realizou uma inspeção, onde todas as alas do hospital foram vistoriadas. O material vai servir como elemento para, se for o caso, ingressar com uma Ação Civil Pública. O objetivo é garantir que o HU funcione de forma eficaz, atendendo de forma satisfatória à população.

Segundo o defensor Igor Roque, a reunião foi considerada positiva para ambas as partes. “Senti que essa nova gestão que assumiu o HU vai ter o que acrescentar. Demonstraram compromisso, dedicação e empenho nas atividades. De fato o hospital está funcionando bem, todos os leitos estão em pleno funcionamento, não observamos falta de equipamentos, nem de material. Existe sim um déficit, mas não de forma crônica”, salientou.

Ainda de acordo com o defensor, parte dos problemas relacionados ao hospital estão ligados a grande demanda de atendimentos. “A informação que me passaram é de que, a unidade foi construída inicialmente com o objetivo de atender uma população de 200 mil habitantes e hoje é responsável por um conjunto de municípios atendendo a dois milhões de usuários. Isso é dez vezes o objetivo inicial, enquanto a estrutura é a mesma e o orçamento também é praticamente o mesmo”, explica Igor Roque.

Entre as principais queixas está a falta de médicos ortopedistas. Dos 41 profissionais aprovados no último concurso realizado, apenas nove assumiram os cargos. “Nossa maior preocupação é em relação ao quadro de médicos que está reduzido. Muitos médicos que foram aprovados não tinham interesse em tomar posse. E essa informação bate com os dados da defensoria. A maior parte das queixas estão relacionadas a área ortopédica. Com esse número de médicos, é um contrassenso exigir que funcione a todo vapor”, disse o defensor.

Na ocasião, um ofício, solicitando informações formais sobre o Hospital Universitário, foi entregue a direção da unidade, que terá o prazo de 20 dias para responder os questionamentos. “Precisamos desse material, de forma escrita, para tomar as medidas legais cabíveis. Pode ser que seja necessário fazer um Termo de Ajustamento de Conduta e até mesmo solicitar a realização de um novo concurso. Se for o caso, vou ingressar na justiça para forçar que um novo concurso seja realizado o mais breve possível”, ressaltou Igor Roque.

Para o superintendente do HU, Ricardo Pernambuco, a reunião foi importante para esclarecer os problemas e as dificuldades enfrentadas pela gestão, além de pontuar os aspectos que já foram solucionados. “Não temos apenas problemas. Coisas boas também acontecem. Duplicamos os números de neurocirurgias, as cirurgias eletivas, que não eram realizadas desde outubro do ano passado, foram retomadas e somente no mês de março realizamos 69 cirurgias que antes não estavam sendo feitas de forma nenhuma. Melhoramos a parte de diagnóstico, com a aquisição e instalação de novos equipamentos que é muito importante também”, avalia Ricardo Pernambuco.