Feirantes do Ceape contestam ida para novo espaço em Petrolina, PE

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Trabalhadores pedem que município faça a estrutura no local.
Feirantes dizem que não têm como ir para o novo espaço.

Os feirantes que trabalham no Centro de Abastecimento de Petrolina (Ceape) ainda não entraram em um acordo sobre a relocação para o espaço reservado a eles no bairro José e Maria, na Zona Leste da cidade. Após a reunião entre prefeitura e feirantes, os trabalhadores do Centro entenderam que não têm como sair sem que antes seja estruturado um ambiente adequado para o comércio. Além disso, eles dizem que a área não é suficiente para comportar os cerca de 800 feirantes que trabalham no Ceape.

Germana dos Santos Passos, de 71 anos, vende tapioca no Ceape desde que era mais jovem. Ela conta que trabalha com alimento e não tem como comercializar seu produto em meio à poeira. “Eu vendo beiju e não vou vender com terra. São 800 feirantes e lá não cabe nem 400”, disse. Para a feirante, os trabalhadores precisam de uma alternativa viável. “Nós precisamos daquela feira que é de lá que a gente paga as contas. Se a gente não tiver naquela feira a gente vai passar fome”, lamentou.

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Orlando José da Silva vende queijo há 13 anos no Centro de Abastecimento. Ele destaca ainda que além de ser um local pequeno, não tem estrutura para os clientes. “O local não tem estacionamento, não é coberto. Dizer que vai cobrir é fácil, mas fica complicado a gente sair assim”, disse. Orlando lembrou ainda que o prazo dado à prefeitura para que os feirantes saíssem foi de 15 dias e expirou na última segunda-feira (18).

Segundo Francinaldo Barbosa, que vende tempero no Ceape há 22 anos, uma nova reunião foi marcada com o prefeito e representantes da categoria para esta quarta-feira (20), às 10h. Nela serão colocados os problemas apontados pelos feirantes. “Eles querem colocar a gente do jeito que está ali no barro sem nada, sem cobrir. Concordamos em sair do Ceape, mas é preciso que haja melhorias”, disse.

Francisco de Assis dos Santos Barbosa, que trabalha no local há cerca de 30 anos, ressaltou que a decisão de não sair do Ceape enquanto não for feita uma estrutura é geral a todos os trabalhadores. “Ninguém quer sair, só se fizer banquinha e cobrir. Ninguém tá implicando de não sair, mas é preciso caber todo mundo, pelo menos”, ressaltou.

De acordo com o gestor do Ceape, Marcones Prazeres, até esta quarta-feira o município deve finalizar as obras provisórias, como asfalto, iluminação, meio fio e interligação de rede de esgoto da área da feira livre no José e Maria para atender os feirantes. “A gente não tem como voltar atrás porque os recursos para o centro administrativo já foram enviados para a Prefeitura de Petrolina”, disse. Em relação à cobertura, Marcones afirmou que a empresa responsável já foi licitada e deverá iniciar os trabalhos já com os feirantes no espaço.