Violência contra a mulher cresceu nos últimos anos em Petrolina, PE

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Somente em 2014, foram registradas 1.781 notificações.
De 2009 para 2014 houve um aumento em torno de 677%.

Os registros de violência contra a mulher cresceram em Petrolina. De 2009, onde foram registrados 229 notificações, para 2014, houve um aumento de mais de 677%. Somente no ano passado, foram 1.781 notificações. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),existem mais de 150 mil mulheres em Petrolina. Quase 65 mil a mais do que a população masculina.

O último caso registrado na cidade aconteceu na última semana e chocou a população. Uma jovem de 31 anos, estudante de enfermagem da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), foi morta a facadas, dentro do Campus da instituição, pelo ex-companheiro. O assassino, um pedreiro de 44 anos, foi preso em flagrante e encaminhado para a Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes.

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A representante da União Brasileira das Mulheres de Petrolina, Socorro Larceda, acredita que a questão só pode ser superada através da educação. “Esse é mais um caso típico da violência machista contra as mulheres. Nós entendemos que essa visão patriarcal, machista, ela se dar em função de que o assassino, o agressor, se acha no direito de tirar a vida da sua ex-companheira porque ele se acha proprietário daquela pessoa. As leis também devem ser respeitadas. A própria Lei Maria da Penha prevê que uma vez ameaçada, aquela mulher tem que buscar imediatamente proteção. Tem que denunciar porque o silêncio pode fomentar, contribuir com essa raiva, com essa ira desse agressor”, relata.

O assassino da estudante, aguarda julgamento e a União Brasileira de Mulheres, espera que casos contra as mulheres sejam julgados de forma mais rápida. “É preciso que a justiça leve mais a sério a vida das mulheres e não banalize um crime contra as mulheres. Esse não é um crime qualquer, é tanto que nós conquistamos a Lei do Feminicídio e é preciso massificar essa informação. Qualquer criminoso que tire a vida de uma mulher, está enquadrado em um crime hediondo e vai pagar caro por isso”, explica Socorro.

rosiDesde 2009, a Secretaria Municipal de Saúde, através do Núcleo de Prevenção da Violência, registra todos os tipos de violência contra a mulher aqui na cidade. Em 2014, os principais registros foram agressões físicas, psicológicas e sexual. Mas, segundo a presidente do Conselho Municipal de Petrolina, Rosicleide Soares, é preciso avaliar os dados. “A gente ver que vem aumentando bastante, isso é em decorrência das divulgações que a própria secretaria, o próprio conselho e a rede de atendimento a mulher fez no decorrer desse tempo para que a gente chegasse a identificar a realidade que Petrolina está vivendo hoje. Esse número é alarmante sim. Mas ainda existe aquelas mulheres que sofrem violência e ficam caladas e não procuram os seus direitos por medo”, disse.

 

(Fonte): G1