Sem anestésico e antibióticos no HU, Cremepe vai entrar com ação no MPF

img_2168Pacientes da UTI estão sem sedação adequada.
Além da ação, Cremepe volta a discutir interdição ética.

A possibilidade de uma interdição ética no Hospital Universitário (HU) de Petrolina entrou novamente em pauta após uma fiscalização realizada na unidade pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Na tarde da quinta-feira (16), os médicos do Cremepe encontraram a unidade de saúde com várias especialidades, como o exigido, no plantão, porém sem terem condições de trabalhar, pois faltavam medicamentos como antibióticos e até anestésicos para a realização de cirurgias.

Hospital Universitário em Petrolina-PE (Foto: Larissa Paim/G1)De acordo com o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, a demanda para a fiscalização partiu tanto dos profissionais quanto do próprio Ministério Público Federal (MPF). “Não tinha anestésicos e todas as cirurgias estavam sendo adiadas por falta de anestesias importantes, porque ninguém vai fazer anestesias sem o medicamento adequado para este tipo de procedimento”, disse o presidente do Conselho.

Dentre os medicamentos que estão em falta são o Midazolam e Fentanil, que são utilizados para a sedação de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e antibióticos como a Vancomicina e a Cefalotina. “São básicas porque os pacientes que estão na ventilação mecânica precisam estar sedados. Falta também antibióticos associados a primeira linha do tratamento de pacientes com infecção hospitalar e infecção de aparelho digestivo”, destacou.

Sílvio Rodrigues disse ainda que no relatório está todo o levantamento dos pacientes que tiveram suas cirurgias adiadas mais de uma vez. “Nós falamos com vários pacientes e confirmamos no prontuário médico a quantidade de cirurgias adiadas. Tem uma criança de 6 anos de idade com uma fratura no antebraço que está esperando no corredor e já teve a cirurgia adiadas duas vezes. Ela corre risco de ter sequelas no antebraço”, contou Sílvio.

Segundo o médico do Conselho, na última fiscalização realizada em maio no HU, o Cremepe já foi informado de que existia falta de medicações e que cirurgias vasculares e de traumatologia estavam sendo adiadas. Além de levar o caso para a plenária, prevista para a próxima semana, que irá discutir a possibilidade de interdição ética, o Conselho também deverá dar entrada em uma Ação Civil Pública.

“Vamos entrar com um pedido de liminar solicitando para que reestabeleça o mais rápido possível os insumos que precisam para manter as cirurgias dos pacientes”, contou. O Cremepe destacou ainda que uma sindicância também será aberta para averiguar de quem é a culpa da falta de medicamento.

Segundo a assessoria de comunicação do HU, a suspensão ou remarcação das cirurgias é causado pelo aumento no número de pacientes. A nota informou ainda que “o HU realizou pregão para contratação de empresas fornecedoras dos medicamentos e mais de R$ 1 milhão já estão empenhados para essa compra. No entanto, as empresas ganhadoras do processo licitatório têm o prazo legal de 10 dias para entrega dos insumos ao Hospital”.

 

(Fonte):G1