Coquetel contra a aids será ofertado em até dois meses em Petrolina, PE

HIV

O Ministério da Saúde (MS) divulgou, no dia 23 de julho, um novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV. Com a mudança, a profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV unificada do Sistema Único de Saúde (SUS), deve começar a ser aplicada em até dois meses em Petrolina. O medicamento será disponibilizado no Hospital Universitário (HU), Hospital Dom Malan (HDM) e nos serviços municipais.

Segundo a coordenadora do programa municipal de DST / AIDS e Hepatites Virais, Raquel Costa, o protocolo foi revisto para simplificar e facilitar a conduta clínica dos médicos, inclusive no tratamento de emergência. A medida amplia o acesso à população de forma geral. “O protocolo é para situações como acidente ocupacional, violência sexual e relação sexual consentida com alguém que tenha o vírus ou se tiver suspeita que tem o vírus. Houve mudança também no tempo do acompanhamento do tratamento, que antes era de seis meses e agora passar a ser três meses”, explica.

De acordo com o protocolo, os medicamentos devem ser administrados até 72 horas após a exposição ao vírus. O MS indica ainda que o ideal é que o uso seja feito nas duas primeiras horas após a exposição. “O paciente vai tomar o remédio por 28 dias consecutivos e é acompanhada por três meses. Com um mês após a exposição é feito um teste, que é repetido com dois meses e com três meses. Só então o paciente recebe alta”, detalha Raquel.

A medicação também estará disponível no Hospital Universitário (HU) e no Hospital Dom Malan (HDM). “Tem casos de violência que acontecem a noite, ou nos finais de semana e são horários que o nosso serviço está fechado. Então, para ficar mais viável, facilitando também a conduta médica, adotamos essa medida”, argumenta a coordenadora.

Mas a profissional alerta que o medicamento não pode ser utilizado a todo momento. “O médico ou a equipe de multiprofissionais vai avaliar se é necessário ou não. Vai depender da ocasião. A pessoa vai partilhar o que aconteceu, isso pode ser no hospital, na delegacia ou nos nossos serviços. Então o usuário vai passar pelo aconselhamento e pode ter a prescrição para tomar a substância”, pontua.

Assim como em todas as medicações, o antirretroviral pode causar reações adversas. “Alguns pacientes têm insônia, pode escurecer a vista, ter ânsia de vômito e tem aquelas pessoas que não sentem nada. Não é para tomar a todo momento, por isso só colocamos para tomar em condições que necessita, onde existe risco-benefício, é melhor tomar a medicação.”, explica Raquel.

Mesmo com o avanço da medicina, a prevenção ainda é o mais indicado. “As pessoas que trabalham no ambiente hospitalar tem que ter cuidado. O ideal é que não se exponha, ter relação sexual com preservativo é o que enfatizamos, até mesmo porque a pessoa fica exposta a outras doenças como hepatite. Lembrando que o medicamento reduz o risco, mas não evita completamente a contaminação”, disse Raquel.

O procedimento está disponível desde a década de 90 no SUS. Inicialmente o medicamento era disponibilizado para os profissionais de saúde, em casos de acidentes de trabalho com materiais contaminados ou em outros casos de exposição. Em 1998 passou a ser administrado também em vítimas de violência sexual e em 2011 o tratamento passou a incluir qualquer tipo de exposição sexual de risco.

 

(Fonte):G1