Hospital Universitário informa à população alguns desafios que vem dificultando a prestação da assistência em saúde

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O Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) desde janeiro de 2014, é há sete anos a unidade de referência em traumato-ortopedia e neurocirurgia para os 53 municípios da Rede Interestadual de Atenção à Saúde do Médio do Vale do São Francisco (Rede Pernambuco-Bahia), cuja população é de aproximadamente dois milhões de habitantes.

Trata-se de uma unidade hospitalar de porta aberta, com atendimento de urgências e emergências que incluem ações de atenção em politraumatismo, neurologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, cirurgia buco-maxilo-facial, clínica médica, entre outras especialidades médicas: cardiologia, dermatologia, endocrinologia e metabologia, gastroenterologia, hematologia e hemoterapia, hepatologia, infectologia, nefrologia, otorrinolaringologia e reumatologia.

O HU-Univasf dispõe das condições necessárias para o tratamento de quadros clínicos que se enquadrem em uma de suas especialidades. No entanto, a demanda da Rede Pernambuco-Bahia por atendimento é maior do que a capacidade instalada, principalmente em relação ao número reduzido de profissionais ortopedistas e anestesistas do HU, ocasionando atrasos no atendimento aos usuários dos serviços que são prestados pelo hospital.

Para um atendimento desejável, o HU-Univasf precisa de um quadro médico composto por no mínimo 24 ortopedistas, 11 neurologistas e 18 anestesistas. Entretanto, mesmo após a realização de concurso público (2014) e seleção pública (julho/2015), o HU vem enfrentando dificuldades para a contratação desses profissionais e, atualmente, conta apenas com 13 ortopedistas, cinco neurologistas e 12 anestesistas. As vagas não preenchidas pelos dois processos seletivos representam um déficit de 46%, 55% e 34%, respectivamente.

Essa insuficiência de médicos em algumas especialidades não é um problema exclusivo do Hospital Universitário de Petrolina, mas uma realidade em quase todas as cidades brasileiras. Programas federais como o Mais Médicos e o Mais Especialidades têm o desafio de mudar esse cenário.

Além disso, um outro agravante que impacta o atendimento no HU é o crescente número de acidentes terrestres na região, principalmente envolvendo motocicletas. Monitoramento feito pelo hospital revela um aumento de 108% de acidentes terrestres de janeiro a julho de 2015. No mesmo período, os acidentes decorrentes de motocicletas, que representam 72% do total, tiveram um aumento de 118%. Nesse sentido, faz-se necessário um engajamento de toda a sociedade e de políticas públicas em prol de ações de educação e fiscalização do trânsito.

Desde fevereiro de 2015, o HU-Univasf opera acima de sua capacidade máxima produtiva, chegando a trabalhar em alguns meses com uma ocupação acima de 20% do normal. Mesmo com este cenário, a média de permanência no HU (dias que os pacientes permanecem internados), nos sete primeiros meses de 2015, foi de 8,7 dias, um valor que vem sendo reduzido ao longo do ano.

Todos os esforços possíveis estão sendo empreendidos pelo HU para um melhor atendimento à população. Contudo, é preciso fortalecer e qualificar as unidades de saúde dos 53 municípios que compõem a Rede Pernambuco-Bahia, para que situações que demandem tratamentos com uma menor complexidade possam ser resolvidas nos próprios municípios.

A capacidade instalada no HU, assim como em outras unidades de saúde referências em tratamento de média e alta complexidade, tem sido insuficiente para atender a demanda da Rede. Por mês, o HU faz, em média, 4.623 atendimentos.

Por Ascom HU/Univasf