Casados, proprietários do estabelecimento ficaram surpresos quando se depararam com a mudança no nome da rede wifi: “Viadão”
Um flagrante incomum de homofobia pegou de surpresa os empresários Rodrigo Vilar e Giorgio da Silva na tarde desta sexta-feira. Depois de solicitar a visita de um técnico da GVT para resolver um problema no telefone da loja em que são sócios, o casal descobriu que o funcionário da operadora havia trocado o nome da rede wifi para “Viadão”. Indignados com o tratamento recebido, os dois prometem levar a questão à Justiça para que o caso sirva de exemplo para outras pessoas que aceitam a intolerância passivamente.
Proprietários de uma casa de chás em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, Rodrigo e Giorgio descobriram a mudança no nome da rede quando o técnico já havia deixado o estabelecimento. “Assim que ele saiu, meu marido disse que o problema estava resolvido e que já poderíamos voltar a acessar a internet”, conta Rodrigo. “Procuramos o nome anterior, mas não encontramos. Cheguei a brincar com uma cliente dizendo que a rede ‘Viadão’ estava com o sinal muito bom. Foi quando tive um estalo. Pedi pra uma funcionária tentar entrar com nossa senha e pra nossa surpresa, deu certo”, acrescenta.
Apesar de o constrangimento ter sido presenciado por todos os clientes, Rodrigo faz questão de ressaltar que o problema não é a alusão à sua orientação sexual, mas à maneira como se deu. “Não nos escondemos do fato de sermos gays porque não há motivo algum para isso. Não escondemos isso de ninguém. O problema é que foi pejorativo”, explicou. “Ou ele (o funcionário da GVT) fez de brincadeira de mau gosto e esqueceu, ou deixou achando que a gente teria medo de falar isso pra alguém”, analisa.
Justamente por carregar a bandeira do fim da homofobia, Rodrigo e Giorgio pretendem levar a história até o fim. “Vamos tomar todas as atitudes cabíveis. Já guardamos algumas imagens do atendimento e também os prints do nome da rede que ele mudou. Assim que a loja fechar, vamos numa delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência”, contou. “Eles fizeram isso com as pessoas erradas. Tem muita gente que sofre preconceito diariamente e não são raros os casos de adolescentes cujas vidas terminam tragicamente por medo ou vergonha. Por isso, não vamos deixar pra lá”, garantiu Rodrigo.
Procurada pela reportagem do Diario de Pernambuco, a GVT repudiou a atitude do funcionário e prometeu tratar o caso com rigor.
Confira a nota na íntegra:
A Telefônica Vivo repudia totalmente a atitude descrita pelo cliente e informa que irá apurar o caso com rigor. Se constatada a conduta incorreta, totalmente conflitante com a orientação da companhia, tomará medidas administrativas rigorosas e reforçará ações de orientação para evitar que situações desse tipo voltem a ocorrer.
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(Fonte):Diario de PE
