Pedido de retirada das estátuas do São Francisco gera polêmica

Figuras folclóricas são do artista plástico, Lêdo Ivo.
MPF diz que vai analisar o caso.

O pedido de retirada das estátuas da Mãe d’água e do Nego d’água, figuras folclóricas, estão gerando polêmica entre os moradores de Petrolina. O pedido foi feito ao Ministério Público Federal (MPF) por duas pessoas.

Um dos autores da petição, o teólogo, José Kenaidy Ferreira de Amorim, explicou que a motivação do documento é para que o Rio São Francisco não seja um local onde se coloque qualquer objeto. “A gente não sabe a procedência e legalidade da construção disso e quanto custou para o erário municipal. Queremos que o ministério Publico nos dê uma resposta porque, se ele indeferir, vai criar uma jurisprudência para colocar o que quiser aqui no Rio São Francisco”, disse.

As duas estátuas são obras do artista plástico, Lêdo Ivo. O Nego d’água foi colocado no Rio São Francisco em 2003, na parte do rio que fica em Juazeiro, Bahia. Ele é feito de cimento e ferro e na lenda  assusta pescadores e lavadeiras. O pagamento foi feito por meio de doação de um terreno no valor de R$ 130 mil ao escultor.

A Mãe d’água foi colocada às margens do rio em 2012. A imagem foi feita de concreto, cílio de vidro e resina. Segundo a lenda, ela é uma sereia que vive no São Francisco e que à meia-noite, senta-se em pedras ou canoas para pentear os longos cabelos. A Mãe d’água foi paga por um empresário, que não quis se identificar, e custou R$ 90 mil. A Prefeitura de Petrolina autorizou a instalação da estátua.

A funcionária pública, Suzete Bezerra, disse que a preocupação com o Rio São Francisco deve ser de outra forma. “Eu acho desnecessário tudo isso. Acho mais importante as pessoas lutarem pela saúde do rio, cuidar mais dele e parar de ficar se preocupando com crendice”, pontuou.

A estudante, Patrícia Barbosa, segue o mesmo pensamento de Suzete, e disse que a petição não é uma forma de se preocupar com o Rio São Francisco. “No momento a gente está passando por problemas maiores. Se a pessoa está preocupada em preservar o rio tem que economizar água. A estátua não vai afetar a vida de ninguém”, destacou.

Em nota, a Prefeitura de Petrolina disse que a estátua é um tipo de manifestação cultural e que a tolerância e o respeito às manifestações culturais ou religiosas são sagradas na constituição. A nota explicou ainda que para a instalação da estátua, a prefeitura considerou os aspectos que fazem referência à cultura popular da região, não tendo nenhuma relação com religiosidade. A Prefeitura de Juazeiro não quis se pronunciar sobre assunto.

A assessoria de imprensa do Ministério Público Federal informou, também por nota, que desde a segunda-feira (9) instaurou um procedimento de análise a partir do pedido de representação que foi entregue aqui por Jorge Ancelmo Alves de Albuquerque e por José Kenaidy Ferreira de Amorim. O caso vai ficar sob a responsabilidade da procuradora da República Polireda Madaly Bezerra de Medeiros.

 

(Via):G1

 

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