Jornais ao redor do planeta noticiaram a decisão do presidente da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (02)
A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, sobre autorizar a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, repercutiu por todo o mundo, com grandes jornais e portais noticiando o acontecimento.
Estados Unidos
O americano The Washington Post estampou “Impeachment proceedings opened against Brazil’s Rousseff” (“Processo de impeachment aberto contra [Dilma] Rousseff no Brasil”, em tradução livre). O jornal da capital dos EUA classificou o congresso brasileiro como “inimigo jurado da líder sitiada”.
De acordo com a matéria, a maioria dos analistas políticos diz ser improvável que se alcance dois terços dos votos na Câmara dos Deputados. “Rousseff contesta fortemente as acusações”, diz, ainda, o periódico. Ainda sobre a presidente, o Washington Post diz que “ela mesma não enfrenta acusações de irregularidades no escândalo de corrupção”.
O The New York Times também comentou a situação. O jornal considera Cunha como “um parceiro rebelde da coalizão governista”, e diz que ele próprio está “lutando pela sobrevivência política em face dos pedidos de sua expulsão” e várias investigações por corrupção. A reportagem lembra que “dezenas de políticos, incluindo Cunha”, têm sido implicados em um escândalo de corrupção na estatal Petrobras. Para o Times, o Brasil está “estilhaçando sob o peso da pior recessão do Brasil em 25 anos e de um escândalo de corrupção maciça”.
Portugal
O Diário de Notícias, de Lisboa, também anunciou a decisão de Eduardo Cunha. Para o jornal português, este pedido de impeachment “sustenta que o Governo cometeu irregularidades fiscais no atual mandato, iniciado em janeiro deste ano, ao contrário de solicitações anteriores, que não foram acolhidas por levarem em conta somente questões relacionadas com a Presidência anterior, terminada em 2014”.
Espanha
O espanhol El País, de Madri, diz que o governo Dilma está ofuscado pela crise política e econômica na qual o Brasil está imerso. o jornal ressaltou a fala de Cunha, que disse que a decisão não foi feita por “motivação política”, chamando-o de “todo-poderoso líder da Câmara”.
Ainda de acordo com o periódico espanhol, “o ultraconservador está envolto no escândalo da Petrobras e é dono de supostas contas milionárias na Suíça, que tudo aponta que tenham sido alimentadas graças a subornos”. O El País chama a economia brasileira de “moribunda” e diz que ela é afetada pela crise política que se apoderou do país.
Argentina
Os vizinhos do Diario Clarín, de Buenos Aires, diz que Dilma está “mais próxima do impeachment”. A decisão de Cunha, de acordo com o tabloide, “provoca grande incerteza política, agravando uma crise que se estende desde o início do ano”.
(Fonte):Diário de PE