Blogueira que discriminou bebê com Síndrome de Down tem prisão preventiva pedida

A blogueira pernambucana Júlia Salgueiro, investigada por ter postado no comentários discriminatórios sobre uma criança de 11 meses, portadora de Síndrome de Down, teve a prisão preventiva solicitada pelo delegado Paulo Rameh. Na conclusão do inquérito, que será encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ainda na tarde desta segunda-feira (3), disse que o quadro depressivo “não elimina nem justifica a conduta dela”.
O argumento da defesa de Júlia Salgueiro é de que ela sofre de depressão e faz uso de medicação controlada. “Cabe à Justiça definir se a doença merece a diminuição ou a não aplicação da pena”, explicou Rameh ao G1. No documento, o delegado enquadra a blogueira no crime de Discriminação de Pessoas em Razão de sua Deficiência. 
O fato de ter usado a internet para discriminar a criança amplia a pena para até cinco anos de reclusão. Caso condenada, a blogueia também poderá ser obrigada a pagar uma pena, a ser estipulada após o julgamento. O delegado disse ainda que recebeu outras denúncias de ofensas cometidas pela blogueira, neste domingo (2), mas, por causa do prazo, não entraram neste inquérito. 
Humberto Cavalcante, responsável pela defesa de Júlia Salgueiro, disse que entrará com um pedido de habeas corpus na manhã desta terça-feira (4), “para que ela responda ao processo em liberdade”. 
Entenda o caso
As declarações de Julia Salgueiro foram feitas como comentários em foto postada na rede social pela tia do bebê, para conscientizar a população sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado no dia 21 de março.
“É que nem filhote de cachorro. Lindos quando são pequenos, mas quando crescem só pensam em trepar(sic)”. “Vai ser um monte de filhote de toin toin”. “Não vale aquela dos zumbis. Sei que apesar de ser muito filosófica, ela é nojenta (assim como sexo entre deficientes mentais”. “Essa galerinha com Síndrome de Down tem um fogo na bacurinha (sic) desgraçado, né? Só falam em namorar e casar. Aff”. 
A mãe do bebê prestou queixa na Delegacia de Casa Amarela, Zona Norte do Recife.