“Fazer cosplay ajuda na interação social e é uma válvula de escape para os problemas do dia a dia”, diz profissional

Em pauta na grande mídia devido ao personagem Yuri, da telenovela A Força do Querer, o cosplay já é uma prática antiga entre jovens geeks de todo o mundo. O termo – uma abreviação de costume roleplay – refere-se a fantasiar-se de um personagem, interpretando-o não apenas no visual, mas em seu comportamento e trejeitos.

No Grupo ‘Cosplay do Vale’, no Facebook, estão reunidos 670 membros – entre eles, cosplayers habituais e admiradores da arte. Um deles é o artesão de móveis Anderson Mendes de Castro, que entrou neste universo em 2010, aos 16 anos. Ele já se produziu de Zoro (anime one piece); Espartano; Homem de Ferro (Marvel); e Goku, de Dragonball Z.

“Eu era um adolescente como qualquer outro e já vivia no mundos do jogos, livros, filmes e séries. O que me ajudou a entrar neste mundo e ter o prazer de me vestir dos meus personagens favoritos foi perceber a atenção e o carinho que se recebe nos eventos. Acaba sendo muito gratificante, principalmente depois de semanas ou meses construindo tudo”, disse Anderson. Ele conta, ainda, que já recebeu convites para eventos fora da região e, também, que a maioria de seus amigos é otaku – pessoas que gostam da cultura japonesa.

Para outros, o cosplay vai além de estilo de vida e se configura atuação profissional. É o caso da recifense Nathalia Santos, de 24 anos, que fará uma performance da Power Ranger Pink em Petrolina, no próximo dia 21/05, durante o Anima Mr. Food. O evento, que é uma prévia do Dia do Orgulho Nerd, comemorado em 25 de maio, terá apresentações e também um concurso com os cosplayers do Vale do São Francisco.

Ela iniciou neste universo há cerca de 4 anos, por incentivo de amigos. “Fui apresentada a eventos na capital e me apaixonei. No início foi só por diversão; porque eu morava no interior. Quando me mudei para Recife, comecei a fazer personagens vivos em desfiles, festas infantis, feiras e também inaugurações de lojas. Sou cosplayer profissional há dois anos e meio”, contou.

Nathalia diz, ainda, ser apaixonada pelo que faz. “É meio que válvula de escape. Algumas pessoas podem achar meio infantilidade ou coisa do tipo, mas o cosplay ajuda muito na forma de interação social. Você coloca um pouco de si para fora, sabe? Você faz um personagem que se identifica e coloca sua personalidade nele também. Ser cosplayer tem muito amor envolvido, pois você coloca dedicação para fazer roupas, acessórios”, complementou. Além da ranger rosa, Nathalia Santos atua como Tempestade – personagem do X-Men/Marvel Comics e também como Mulher Maravilha, personagem da DC Comics.

Anima Mr. Food – Em 21 de maio, acontece 1ª edição do Anima Mr. Food. Com presença dos cosplayers do Darth Vader e da Power Ranger Pink – participantes destaque da Comic Con Experience Norte/Nordeste, o ‘Anima’ promoverá um concurso de cosplay com R$ 1.000,00 em prêmios para os participantes. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (87) 3866 0599; pelo email mrfoodpnz@icloud.com; ou no restaurante fast food Mr. Food, no dia e na hora do evento.  O evento é gratuito e acontecerá das 17h às 23h no estacionamento do Centro Empresarial Sérgio Cabral, na Av. Cardoso de Sá, Orla de Petrolina (próximo à Facape).

Origem do cosplay – A origem do Cosplay se deu em meados de 1939, com o americano Forrest J. Ackerman, fanático por ficção científica, na Worldcon, conhecida convenção sobre este mesmo tema. Forrest criou uma vestimenta chamada future costume, baseada no filme da época Things to Come. A modalidade chega ao Japão nos anos 80, por intermédio de Nobuyuki Takahashim que visitou a feira nos Estados Unidos e se encantou com o Cosplay. Divulgou e incentivou a sua prática em um evento tradicional do seu país, o Comic Markets. A partir deste evento, o Cosplay despontou mundialmente e anualmente, a Worldcom apresenta muitas atrações desta modalidade. Atualmente o Cosplay pode ser realizado individualmente ou também em grupo. Os eventos desta modalidade também abrangem fãs da cultura japonesa, como mangás, livros, filmes, jogos eletrônicos e RPG.