Guerra: violência, sangue e morte. Até quando?

Por Miguel Coelho

Muitos devem estar pensando que o título foi um exagero, mas será mesmo? Vejamos. Nos últimos dias, temos visto uma escalada nos meios de comunicações de notícias violentas em relação ao belo estado do Rio de Janeiro. Que a violência no Rio é um problema antigo isso infelizmente não é novidade. Mas devemos observar as recentes ações referentes a esse tema, e fazer alguns comentários.

Primeiramente, para que possamos ter avanço em qualquer área, devemos ter a capacidade de reconhecer e admitir a nossa incapacidade ou problema e nessa área, segurança pública, os estados já estão com a corda no pescoço sem saber mais o que fazer para que possam dar uma resposta satisfatória para a sociedade. Concursos, reajuste salarial, tecnologias. Todos são importantes, mas só irão produzir efeitos duradouros se forem acompanhados de uma política pública eficiente. Não adianta estado A, B ou C ter um resultado mais positivo que o vizinho, pois inevitavelmente, no curto prazo, o problema ao lado sempre bate a nossa porta.

Nesse caso, o maior problema do Brasil se chama drogas, o que também não é nenhuma novidade até aqui. Essa situação não é exclusividade nossa. Não foi no passado e muito menos no presente, mas, se não tomarmos as medidas necessárias, poderá se perpetuar no futuro.

Países que agora estão na moda pelos mais variados seriados ou filmes perceberam a gravidade desse mal e declararam guerra contra o tráfico como também nacionalizaram essa batalha, não jogando responsabilidade ou culpa para quem quer que seja. Decidiram compartilhar obrigações e dividir resultados positivos com aqueles que mais sofrem as sequelas dessa desgraça, a população. Nesse sentido, na última semana, vimos o Governo Federal tomar a medida acertada de determinar que as Forças Armadas se somem ao esforço estadual para que tentem dar um basta à essa escalada que já resultou em quase uma centena de policiais assassinados e milhares de civis que tiveram o mesmo fim.

Mas isso não pode ser restrito ao Rio de Janeiro, quantas outras situações assim não temos espalhadas pelo nosso país? Cidades que estão sendo consumidas pelo crack, cocaína, maconha entre outras drogas. Necessitamos urgentemente de um pacto, plano, meta, acordo seja o nome que quiserem dar, mas não podemos mais esperar. O que sugiro aqui não é um acordo político ou de lideranças, mas um gesto de estadista, gesto de patriota, de quem ama esse lugar e principalmente tem esperanças de um Brasil com brasileiros de futuro mais seguro para poderem fazer essa terra amada prosperar. Não temos um Pablo Escobar aqui, mas os efeitos de como se houvesse sem dúvidas estão aterrorizando a nossa gente e isso precisa acabar.

Miguel Coelho

Advogado e prefeito de Petrolina – PE