Usuários dos CAPS de Petrolina dividem experiências durante evento em São Paulo

Entre os dias 8 e 9 de dezembro, uma delegação composta por sete usuários dos Centros de Atenção Psicossocial de Petrolina (CAPS II e AD III) e por representantes do curso de Psicologia da UNIVASF, esteve em Bauru, interior de São Paulo para participar do “Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios.”
Durante dois dias, a delegação “Sertão sem Manicômios”, participou de rodas de conversa, atividades culturais e ato público em favor da luta por uma sociedade sem manicômios, e da defesa pelo protagonismo do profissional de psicologia nas políticas de saúde mental no Brasil.

De acordo com a coordenadora do CAPS AD III e psicóloga, Walquíria Brito, a ida dos usuários a um evento deste porte fortalece a luta pelo reconhecimento destes indivíduos. “Aqui no CAPS III lidamos com dependentes químicos, que sofrem tanto ou mais preconceito que os pacientes com transtornos mentais. Em parceria com a UNIVASF, conseguimos levar alguns usuários que participaram ativamente dos debates, dividiram suas experiências com pessoas de todo o país, e comprovaram que o trabalho dos CAPS na substituição dos manicômios, gera resultados mais efetivos e humanos”, esclarece.
A luta antimanicomial no Brasil
Em dezembro de 1987, trabalhadores da saúde mental reunidos em Bauru redigiram um manifesto que marcou o início da luta antimanicomial no Brasil e representou um marco no combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave. Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado com os que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando nova trajetória da Reforma Psiquiátrica brasileira.
O movimento da luta antimanicomial combate a ideia de que pessoas com sofrimento mental devem ser isoladas em nome de pretensos tratamentos. Lembra que, como todo cidadão, elas têm direitos fundamentais à liberdade, a viver em sociedade e ao cuidado e tratamento, sem que precisem abrir mão da cidadania.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde de Petrolina