Reforma da Previdência: “Ou militares ajudam ou ficarão sem salários”, diz Rodrigo Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nessa segunda-feira (18/3) que é viável aprovar a reforma da Previdência na Casa ainda no primeiro semestre deste ano. Porém, ele disse ser importante que os militares participem do processo.

Os militares sabem fazer conta. Ou eles ajudam, como têm ajudado a fazer a reforma também das Forças Armadas, ou eles vão ficar também sem receber salário

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados

Rodrigo Maia falou com a imprensa depois de um evento sobre reforma da Previdência, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, os defensores da reforma precisam convencer os 320 deputados sobre a importância das mudanças nas regras previdenciárias.

Maia nega que tenha havido perda de apoio para a aprovação da proposta na Câmara, mas não quis revelar com quantos votos favoráveis a medida pode contar.

“Eu não gosto de falar de números. O que eu acho é que com uma boa articulação política, um bom diálogo do Poder Executivo com o Legislativo, e isso o ministro [da Economia] Paulo Guedes tem feito muito bem, a gente tem hoje um ambiente muito melhor do que a gente teve no passado para aprovar uma reforma da Previdência”, disse.

Durante discurso no evento, Maia disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa se aproximar mais da política. “Eu digo sempre ao ministro Paulo Guedes, que tem aprendido rápido a fazer política, mas que ainda precisa se aproximar mais da política: ‘ministro, infelizmente, não temos 320 liberais no parlamento brasileiro‘”, observou.

Confiante na aprovação
“É uma construção, mostrando aos parlamentares que não têm a agenda de reforma de que essa agenda da Previdência vai gerar condições para que o Estado brasileiro volte a investir na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse.

Maia se mostrou confiante na aprovação da reforma e disse que, mesmo que não haja apoio de parlamentares agora, esse quadro mudará quando começar um diálogo com as bancadas dos partidos. “Política é diálogo, conversa, paciência e equilíbrio”, ponderou.

“Quando há boa vontade dos presidentes da República, do Congresso e do Supremo, a gente só não aprova uma boa reforma da Previdência se a gente errar muito. E acho que a gente não vai errar. Todos nós temos muita experiência”, encerrou.