Os visitantes da feira Semiárido Show 2023, que acontece de 1 a 4 de agosto na cidade de Petrolina, em Pernambuco, terão a oportunidade de conhecer máquinas e equipamentos adaptados para a agricultura familiar, desenvolvidos com o apoio e a tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuário (Embrapa) Algodão para o projeto de cooperação internacional +Algodão, executado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Agencia Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE).  

A feira Semiárido Show, realizada pela Embrapa, visa apresentar boas práticas, experiencias e, ainda, promover capacitações sobre diversas temáticas voltadas para a convivência com o Semiárido. 

Para a 10ª edição da feira, a Embrapa Algodão, instituição brasileira cooperante no projeto +Algodão, levará para exposição e demonstrações um conjunto de 8 equipamentos e máquinas, desenvolvidas no âmbito do projeto: um moto triciclo para a mecanização da pequena propriedade rural; semeadora de duas linhas para o plantio de semente flambada de algodão; uma semeadora de uma linha para o plantio de sementes graúdas e miúdas; um pulverizador de 100 L para aplicação de defensivos e fertilizantes orgânicos; um cultivador com quatro enxadas para o preparo do solo; um grade de seis discos para o preparo do solo; uma carroça para o transporte da produção e insumos na pequena propriedade rural; e um descaroçador móvel com prensa hidráulica para o beneficiamento do algodão em associações ou cooperativas de agricultores familiares. 

Segundo o investigador Odilon Silva, da Embrapa Algodão, equipamentos foram adaptados no âmbito da cooperação entre a FAO e Brasil para permitir mais eficiência na produção agrícola familiar. Silva destaca que a mecanização é extremamente relevante porque o agricultor pode trabalhar com mais rapidez, qualidade, de maneira mais econômica e, assim, alcançar uma maior produtividade se comparada às atividades realizadas de maneira manual. 

Entre os equipamentos para demonstração, o descaroçador móvel, por exemplo, permite que o agricultor produza o algodão e faça o beneficiamento na sua propriedade, agregando mais valor à sua produção a partir da separação da pluma, para comercialização na indústria têxtil, e do caroço que pode ser usado no plantio da próxima safra ou para a alimentação dos animais. 

A coordenadora regional do projeto +Algodão, Adriana Gregolin, destaca que as tecnologias desenvolvidas e adaptadas contribuem para “poupar” mão-de-obra e otimizam o trabalho em campo, ampliando a competitividade do plantio do algodão e de cultivos alimentares associados. “Estas tecnologias são um grande atrativo para os países latino-americanos envolvidos na cooperação internacional impulsionada pelo projeto +Algodão”.  

Durante a feira, o projeto também irá apresentar o aplicativo LazosApp, uma plataforma digital que visa unir a cadeia do algodão latino-americana, conectando experiências, promovendo um espaço de troca, crescimento e desenvolvimento conjunto do setor. Os interessados em se conectar com integrantes da cadeia do algodão na regiao da América Latina poderão baixar o aplicativo, que é gratuito e está disponível para os sistemas Android e IOS. 

+Algodão

O projeto +Algodão é executado desde 2013, em parceria com os governos de sete países (Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Haiti, Paraguai e Peru) com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da cadeia do algodão na região. Para isso, são geradas oportunidades de troca de conhecimentos e experiências, fomentado o acesso a mercados, promovidas inovações tecnológicas e de gestão agrícola, a partir de uma perspectiva de sistemas agroalimentares, onde os sistemas diversificados de produção contribuem para a segurança alimentar e nutricional das famílias algodoeiras nos territórios mais vulneráveis. A inovação tecnológica um dos eixos centrais para as ações dessa iniciativa de cooperação sul-sul trilateral por meio do desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias para os países parceiros.