Cremepe considera grave a situação do Hospital Universitário em Petrolina, PE

Falta de insumos básicos e déficit de médicos são alguns dos problemas.
Hospital ainda poderá sofrer interdição médica.

Hospital Universitário em Petrolina-PE (Foto: Larissa Paim/G1)

A atual situação do Hospital Universitário Doutor Washington Antônio de Barros (HU), em Petrolina continua preocupando população e autoridades. Quem precisa de atendimento passa por diversas dificuldades na unidade e reclama que não há médico e demais profissionais disponíveis para realizar consultas e até cirurgias. Na última semana, a falta de material para realizar um procedimento de urgência em um jovem, de 22 anos, diagnosticado com aneurisma cerebral, chamou ainda mais atenção para a precária condição do hospital.

Segundo o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, a situação da unidade é delicada e requer atenção. “Há déficit de cirurgião, anestesista, demora para realização das cirurgias. Faltam insumos básicos como soro fisiológico, antibióticos, drogas para tratamento de pacientes que estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e anestésicos. Fizemos uma reunião para ajustar esses pontos, mas já tivemos informações de que os problemas permanecem, incluindo o atraso no salário dos médicos”, afirmou Silvio Rodrigues.

A reunião mencionada foi realizada no Ministério Público Federal (MPF) de Petrolina, com a presença do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), para tratar das irregularidades na unidade de saúde. Assim como para garantir que no processo de transição entre a empresa que administra – ISGH – e a que passará a administrar no início de fevereiro – EBSERH – haja continuidade dos serviços prestados. “Nossa preocupação é garantir a manutenção adequada do serviço à população durante esse período de transição”, disse o presidente.

Outro fato preocupante é a falta de anestesista em alguns plantões. “O caso é grave. Se houver alguma urgência, o paciente tem que ser transferido para Recife porque não há anestesista para realizar os procedimentos necessários”, relatou Silvio.

Diante da situação, ficou pactuado um acordo para que a EBSERH fique responsável por recompor os insumos que estão em falta no hospital e que todos os aprovados no último concurso realizado sejam convocados. “No final do mês, quando ocorrer a transição, voltaremos para fazer uma nova fiscalização para saber se tudo está dentro do que foi acordado. Se os problemas não forem solucionados, existe a possibilidade de fazer a interdição da unidade. Fato que já adiamos por diversas vezes”, informou o presidente do Cremepe.