Perfeição nas esculturas traz reconhecimento a artista de Petrolina

Ranilson tem trabalhos espalhados por todo o país.
Em 2014, produziu onze peças e este ano já tem três projetos previstos.

Artista plástico petrolinense Ranilson Viana (Foto: Ranilson Viana/Arquivo pessoal)

“A arte é uma terapia. Ela permite que coloquemos para fora nossas angústias. Penso que ela tem o poder de curar todas as doenças psicossomáticas se for praticada com carinho e amor”. É dessa forma que o artista plástico petrolinense Ranilson Viana, de 28 anos, conta como a arte age na vida das pessoas. Ranilson trabalha desde 2011 como escultor e tem peças espalhadas por vários lugares do país.

Ranilson é natural do Povoado Alegria, na Zona Rural de Petrolina, no Sertão pernambucano, cerca de 65 km da região central da cidade. Ele começou a desenhar aos sete anos como forma de superar a perda da mãe. “Quando minha mãe morreu, eu tinha menos de dois anos e o desenho me ajudou a superar essa falta. Nunca deixei a arte de lado”, contou.

O artista trabalha com esculturas desde 2011 (Foto: Ranilson Viana/Arquivo pessoal)
O artista usa a plastilina para fazer as modelagens (Foto: Ranilson Viana/Arquivo pessoal)

De 2001 a 2008, o artista realizou um trabalho filantrópico no Centro de Cultura Ana das Carrancas. Foi lá que surgiu a oportunidade para mudar de área artística. “Uma secretária de Petrolina foi até o Centro procurar alguém que pudesse esculpir um busto de um político do Rio Grande do Norte. Como ninguém poderia fazer o trabalho e eu precisava do dinheiro, pois minha mulher estava grávida, decidi aceitar o desafio, mesmo sem nunca ter feito uma escultura na vida”, afirmou Ranilson.

O artista conseguiu um espaço para começar o busto, mesmo sem saber modelar, no Centro de Cultura. No local, ele recebeu dicas da filha de Ana de como trabalhar com a argila. Em cerca de dois meses a peça estava pronta. No dia da inauguração a filha do político homenageado veia à cidade para ver o busto do pai. “Quando tiraram o pano a filha começou a chorar e eu quase caí no choro também sem saber se era um choro de alegria ou de desaprovação. Mas depois ela me disse que estava idêntico ao pai. Foi muito emocionante”, relembra.

A partir daí Ranilson passou a se dedicar à escultura. Em 2014 ele produziu onze peças, este ano está finalizando quatro e já tem três projetos previstos. Viana recebe encomendas de diversos lugares do Brasil. “Já enviei esculturas para Recife-PE, Fortaleza-CE, Salvador-BA e Rio de Janeiro-RJ. Graças a Deus meu trabalho tem sido reconhecido”, disse.

Segundo o escultor, os trabalhos que produz demoram em média três meses para ficar prontos. A base é feita com poliuretano e isopor para a peça não ficar pesada. Em seguida são aplicados a estrutura óssea, os músculos e a pele. Depois o modelo é levado para uma casa de fundição onde é transformado em peças de cobre, bronze, pó de mármore ou outro material pedido por quem encomendou.

O material usado para a modelagem é a plastilina. “A argila suja muito e deixa a escultura pesada. Eu descobri a plastilina quando fui a uma palestra de Jordu Schell, um dos maiores escultores do mundo, que inclusive fez as esculturas do filme Avatar”, contou.

Ainda este ano Ranilson pretende iniciar um projeto grandioso, uma escultura de 40 metros de altura que deve ficar exposta em Petrolina. “É um sonho antigo que tenho. Quando ficar pronta ela será a 3ª maior escultura do Brasil. Maior até que o Cristo Redentor”, afirma.

Viana afirma que está sempre se aperfeiçoando e trocando ideias com outros artistas do país. “Estou  estudando as esculturas hiper-realistas, apenas dois artistas fazem esse trabalho no Brasil. Meu objetivo é, se Deus quiser, estar entre os melhores escultores do mundo”, declara.