Ilha do Fogo segue fechada por falta de salva-vidas e medidas da prefeitura

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Banhistas estão impedidos de frequentar o local há um mês.
Bombeiros sugerem contratação de guarda-vidas até entrega da área PMP.

Há um mês encontra-se fechada a Ilha do Fogo, que fica entre as cidades de Petrolina e Juazeiro. O motivo é a falta de guarda-vidas para fazer a segurança dos banhistas e a ausência de uma solução em relação a responsabilidade do balneário, que atualmente está sob a guarda do Exército. Enquanto isso, os frequentadores estão impedidos de aproveitar o espaço de lazer aos finais de semana e feriados.

O arte-educador, Júnior Barbosa, conta que a Ilha é uma das poucas opções de lazer em existentes em Juazeiro e Petrolina e que agora teve novamente seu fechamento. “A comunidade da periferia que não tem um transporte para frequentar a  ilhas mais distantes como a Rodeadouro e do massangano, ficam sem esse espaço. Acho que o Exército e a Prefeitura de Petrolina, os responsáveis, não estão tendo compromisso com a população”, declara.

O estudante Murilo Guedes diariamente fazia o percurso de caiaque entre a Marinha de Juazeiro até a Ilha do Fogo, mas deixou a prática esportiva por conta do fechamento.  “O Corpo de Bombeiros disse que não tem contingente suficiente. Primeiro, eu acredito que tem que botar uma segurança adequada e depois melhorar a estrutura da ilha que está desorganizada”, destaca.

Desde setembro de 2012, a Ilha tinha sido reaberta, aos finais de semana e feriados, através da expedição de uma ordem de serviço que estabelecia atribuições aos órgãos ao 72º Batalhão de Infantaria Motorizado (72º BIMTZ), 5º Batalhão da Polícia Militar, 4º Grupamento Bombeiro Militar (4º GBM), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as prefeituras de Petrolina e Juazeiro.

Segundo o major do 4º Grupamento Bombeiro Militar (4º GBM), Uelteman Lima, hoje não existe efetivo suficiente para atender a Ilha do Fogo. “Houve uma diminuição do efetivo, passamos a atender as cidades de Araripina, Ouricuri e Salgueiro. E ainda existe um quartel em Petrolina para fazer vistorias e como não houve concurso, o efetivo usado é do quartel que já existe”, explica.

Outros problemas apontados pelo major para saída dos militares da Ilha são a insegurança do efetivo no local e o fornecimento da alimentação dos plantonistas. “Um problema que nos fez retirar da Ilha é a questão do uso de drogas na área. O nosso pessoal estava muito vulnerável. Além disso, há três meses, o estado de Pernambuco, deixou de fornecer alimentação dos bombeiros e fazem o repasse mensal de R$246 para alimentação. Neste caso, o militar teria que comprar ou levar de casa”, argumenta.

Uma das alternativas, segundo o major seria formação de guarda-vidas que seriam contratados pela prefeitura para atuar na Ilha do Fogo e também na Ilha do Rodeadouro. “Nós não queremos sair de lá, mas não faz parte da nossa responsabilidade a proteção de balneário. O que poderia ser feito é a prefeitura contratar guarda-vidas. Os Bombeiros poderiam capacitar pessoas para atuar nesta área, seria feito um convênio com prefeitura, isso facilitaria não só a proteção dos banhistas da Ilha do Fogo, mas também da Ilha do Rodeadouro”, garante.

Em nota, o Comando Militar do Nordeste informou que com a suspensão do serviço de salva-vidas do 4º GBM  foram adotadas medidas para a solução do problema junto à Prefeitura Municipal de Petrolina, e sem obter resultado, a unidade realizou o fechamento do balneário.

Segundo a organização militar, a face oeste da Ilha do Fogo não pertence ao Exército brasileiro, este foi revertido à Secretaria do Patrimônio da União em 2 de dezembro de 2014 por intermédio do termo de reversão, estando o 72º BIMTz guarnecendo o imóvel até a entrega definitiva a Prefeitura de Petrolina, que aceitou administrá-la. De acordo com o comando, a entrega está prevista para ocorrer em curto prazo, mas não foi estipulado o período necessário.