Feriado do Dia da Independência será de protestos pelo país

20150907080638953359uGrupos contrários à presidente Dilma Rousseff prometem atos contra a corrupção pelo Brasil. Em BH, praças Sete e Raul Soares recebem atos.

O PT acostumou-se, ao longo dos últimos anos, a transformar as comemorações da Independência do Brasil, celebradas no dia 7 de setembro, em uma programação ufanista, para celebrar a libertação de Portugal e ressaltar os avanços conquistados sob a égide de Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff. Mas as comemorações do 193º Dia da Independência, marcadas para hoje, terão mais elementos além do tradicional desfile cívico-militar. Uma onda de protestos contra a presidente deve ocorrer em todo o país.  Em Belo Horizonte estão previstas  manifestações nas praças Sete e Raul Soares. Para evitar um novo panelaço e mais desgaste político, Dilma não fará pronunciamento em rede nacional de TV. Assim como ocorreu no Dia do Trabalho, a mensagem presidencial será divulgada apenas na internet.

Os movimentos que defendem o impeachment da petista vão levar o boneco inflável de Lula, que ficou conhecido como Pixuleco, para a Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar teme que os ânimos se acirrem e vão reforçar a segurança. O Pixuleco já foi furado durante uma manifestação em São Paulo. Existe a expectativa de que, desta vez, um boneco da presidente Dilma também seja exibido no local. Haverá também atos em prol da presidente, mas que trarão críticas à política econômica, impedindo-a de escapar de reclamações de ambos os lados.
“Não acredito que as manifestações juntarão muitas pessoas nas ruas. Mas elas serão pontuais e midiáticas, espalhadas por todo o país e com capacidade de ofuscar as comemorações da Independência”, acredita o professor de ciência política da Universidade de Brasília Ricardo Caldas. A presidente Dilma Rousseff sairá do Palácio da Alvorada em carro comum e embarcará no Rolls Royce em frente ao Corpo de Bombeiros, às 8h45. No carro, ela fará a revista às tropas. Em seguida, dirige-se à tribuna para dar início ao desfile. São executados os hinos nacional e da Independência e apresentação do Fogo Simbólico da Pátria. O desfile acabará por volta de 10h.

O analista político Paulo Kramer avalia que este 7 de setembro será lembrado pelo momento de crise político-econômica vivido pelo governo. “Vai ser um 7 de setembro marcado por um momento de enfraquecimento inédito da presidente, sem boas notícias e sem o PT na oposição para mandar todos se vestirem de preto. A sorte do Lula e da Dilma é que é o partido deles é que está no governo”, disse.

Uma manifestação contra o governo de Dilma está marcada para começar logo após o fim do desfile. Segundo o integrante do Movimento Brasil Ricardo Honorato, um dos organizadores do protesto, o ato ficará concentrado em frente ao Museu Nacional da República e não deixará o local. O objetivo, de acordo com Honorato, é evitar conflito com manifestantes pró-governo de Dilma que também estarão próximo ao local.

O PT publicou nesta semana, em sua página na internet, um comunicado em que convoca a militância para ir às ruas hoje, acompanhar o Grito dos Excluídos, com bandeiras do Brasil à mão. O ato começará às 7h, na Catedral e seguirá até a Esplanada dos Ministérios e acontece todos os anos nesta data. O grito é composto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Frente de Luta pela Moradia (FLM) e Central de Movimentos Populares (CMP), e pede a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além de mudanças na política econômica do governo e defesa do mandato de Dilma. Até o meio da semana, o Palácio do Planalto não monitorava os protestos.

Para um dos vice-líderes do PT na Câmara Carlos Zarattini (PT-SP), o momento delicado vivido pelo governo e pelo partido não pode ofuscar os avanços realizados pelo país ao longo dos últimos 13 anos. “Conquistamos nossa independência energética, ganhamos autonomia e respeito internacional e promovemos a inclusão social de milhões de pessoas.”

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(Fonte):diariodepernambuco