Médica residente do Hospital Dom Malan chama a atenção sobre os riscos de uma gestação precoce

A médica residente do Hospital Dom Malan, Juliana Raposo, ressalta os riscos de uma gestação precoce no mês de Prevenção da Gravidez na Adolescência. No Dom Malan, por exemplo, em um ano, a taxa de entrada de gestantes entre 9 e 18 anos aumentou 37,91%. Em 2019 foram admitidas 662 adolescentes e em 2020 esse número subiu para 913.

Os dados de 2020 ainda apontam que 59,02% dos partos foram normal de baixo risco (ou seja, que deveriam ter as maternidades municipais como referência), apenas 9,19% normal de risco e 31,8% cesáreos de risco.

Vale ressaltar que a gestação na adolescência é um problema mundial de saúde pública, pois atinge principalmente a classe social mais carente e de menor escolaridade, sendo na maioria das vezes não planejada.

“O risco de uma gestação na adolescência não diz respeito apenas ao fator idade. Existem sim os riscos biológicos, mas também os psíquicos e sociais que também são bem importantes”, ressalta a residente em ultrassonografia (R4).

Outro fator que merece atenção é o pré-natal tardio. “Em geral, as adolescentes demoram a descobrir e aceitar a gravidez. Isso pode trazer complicações, como a falta de orientação alimentar, tratamento de anemia, infecções urinárias ou vaginais, pré-eclâmpsia, além da falta de um acompanhamento psicossocial”, acrescenta.

Na outra ponta estão os recém-nascidos (RN) que comprovadamente sofrem mais riscos em uma gestação precoce. A prematuridade e o baixo peso, por exemplo, ocorrem mais em filhos de adolescentes do que de mulheres adultas, sendo estas as principais causas de morbi-mortalidade no grupo.

“Os números são realmente alarmantes e os perigos comprovados cientificamente. Então, a aposta tem que ser na prevenção, que deve ser feita através de uma educação sexual mais efetiva, acompanhamento familiar e apoio da rede de saúde”, defende Juliana.

Uma gravidez na adolescência pode trazer consequências para toda a vida. Adolescência primeiro. Gravidez depois. Tudo tem seu tempo. Meninas e meninos, entre 9 e 18 anos, devem procurar informação sobre a prevenção da gravidez não intencional na rede de atenção primária à saúde (postos de saúde).

Por: Anna Monteiro – Assessoria de Comunicação
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