“Sou co dependente de drogas”: a família de quem vive a dependência química

A família tem um papel extremamente importante na recuperação do dependente químico. Ela não só pode, como deve ajudar seu ente querido na busca da libertação das drogas. Mas, muitas vezes, o caos que se instala na família e a fragilidade emocional que acaba passando, quase sempre a impede de enxergar a luz no fim do túnel. E não é possível ajudar da forma adequada o ente querido.

Para melhorar esse entendimento, vamos contar parte da história de S, empresária de 40 anos, casada com um adicto. “Eu conheci meu marido há 9 anos. Ele me contou de cara que era adicto. Eu não sabia o que era isso. Depois de um ano juntos, ele recaiu. Eu comecei a perceber que ele não tinha controle, tentava disfarçar, saia de casa e não dava notícia. É uma situação era muito difícil de lidar. No uso de drogas, ele fica frio, sem sentimentos; nessa fase, some o adicto e fica apenas a droga.”

Família em desconstrução

Depois do primeiro susto, S. decidiu se informar sobre a doença. “Quando não se conhece a adicção, para a família é mais complicado, porque a gente não está sob efeito de drogas que anestesiam os sentimentos. Chega um momento que a gente não acredita mais. A gente tenta salvar a relação, e quando ele está sob efeito de drogas, ele não tá nem aí. Se a gente não entende, o sofrimento é muito grande. É frustrante para a família de uma forma devastadora. Construir uma família com um adicto é muito difícil. A pior fase foi quando meu filho nasceu e ele teve outra recaída. Eu fiquei sozinha. Ele passava o dia de ressaca. Eu tinha medo até que ele pegasse o filho no colo, porque ele tinha surto de violência e eu precisava vigiar o bebê,”

A co dependência

A co dependência não chega a ser uma doença, mas se não for cuidada, pode virar. É o que explica a presidente do grupo de apoio a familiares de dependentes químicos Amor Exigente, Mara Silvia Carvalho de Menezes. “O co dependente não vive mais a sua vida, mas vive em função de controlar a vida do outro. Não vai ao cabelereiro, não se cuida. Para, pra cuidar da pessoa,” explica.

Com S, esse processo não demorou a chegar. “Você se vê numa grande escuridão. Eu tive depressão. Precisei entender que eu precisava me ajudar para ajudar meu marido. É possível, com informação, viver as nossas vidas, entendendo melhor que não é culpa dele ou dela. Existe todo um contexto: os problemas na família, a predisposição para o uso e outras coisas. Quanto mais conhecimento os familiares tiverem sobre esse “mundo paralelo” da adicção, mais fácil é lidar com todo.

Tratamento em Petrolina

Petrolina tem a Clínica Vida Serena para homens adictos. A equipe de multiprofissionais trabalha 24 horas por dia com internamento voluntário e compulsório. A média de tempo do tratamento é de 180 dias.

A clínica funciona na Rodovia Centro Pedrinhas – Condomínio Recanto das Águas, Chácara Vida Serena, 620. Para os pacientes e familiares, o contato pode ser feito através dos números: 87 – 99209-6678. Outras informações no Instagram:
@clinicavidaserena_vsf.
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Assessoria de Comunicação Clínica Vida Serena