Sintomas e consequências do AVC: HU-Univasf presta suporte a pacientes acometidos

Socorro imediato é fundamental para preservar a vida e evitar sequelas.

Em 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), uma data que tem o objetivo de alertar a população sobre essa que é uma das principais causas de morte de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Por isso, especialistas da rede de hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) explicam os sinais da ocorrência de um AVC e os tratamentos garantidos para a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
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O AVC acontece quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro e isso se dá por duas razões, explica a neurologista Milena Libardi, do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar): pela obstrução total ou parcial dos vasos que levam sangue, privando as células do acesso ao oxigênio e nutrientes, o chamado AVC isquêmico; ou pelo rompimento do vaso causando uma hemorragia cerebral, razão da nomenclatura AVC hemorrágico, também popularmente conhecido como “derrame”. A principal causa desse problema é a alta pressão arterial, além de situações como aneurisma, má formação arterial e uso de medicamentos que afinam o sangue sem orientação médica.
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“Hoje, nós vemos na prática clínica que, em cerca de 70% de pessoas que têm o AVC, seja isquêmico ou hemorrágico, a causa principal é o descontrole dessas doenças, principalmente a hipertensão arterial”, explicou Libardi. Por isso, o principal meio de prevenção é o controle da pressão e de outros fatores, como a diabetes e o colesterol alto. Dessa forma, manter uma rotina saudável, com alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, consumo moderado de bebida alcoólica, não fazer uso de cigarro e manter a qualidade do sono são medidas para o bem-estar geral do corpo humano e prevenção do acidente vascular cerebral.
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Sinais do AVC
O neurologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), Marlos Sousa, alerta para os principais sintomas de que um paciente está tendo um AVC, que são fraqueza e/ou paralisia em um lado do corpo, alteração da fala, boca torta, perda de sensibilidade, de visão, dor de cabeça intensa e falta de orientação no tempo e espaço (confusão mental), tudo isso de forma repentina.
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Como auxílio na identificação da doença, uma instrução básica é seguir os passos da sigla “SAMU”: ‘S’ de sorrir, verificando se a boca do indivíduo está caída ou não; ‘A’ de abraço, para observar se a pessoa é capaz de levantar os dois braços; ‘M’ de música, para que, ao cantar ou falar, seja percebida se a fala fica embolada; e ‘U’ de urgência, sinalizando que, caso a pessoa não corresponda corretamente aos comandos, seja imediatamente direcionada a um pronto-socorro por meio do próprio serviço do SAMU, ligando para 192.
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O especialista ressalta que o AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico, é grave e pode ocasionar sequelas cognitivas e físicas, comprometendo principalmente aspectos motores (dificuldade de se locomover) e de linguagem (alterações na fala). Apesar de acontecer mais recorrentemente em idosos, o médico esclarece que pode ocorrer em qualquer idade, desde a infância.
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Tratamento
Quanto mais rápido a pessoa for atendida no serviço de saúde, maiores são as chances de conter possíveis sequelas que se tornam permanentes, afirma a neurologista Elisa França, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). “O medicamento que dilui o trombo que obstrui o vaso causando AVC só pode ser administrado em até 4h30 do início dos sintomas”, ressalta. Esse tratamento faz com que o cérebro receba oxigenação e possa evitar que os danos sejam maiores. “Por isso, temos que correr contra o tempo no caso de um AVC agudo, pois quanto mais rápido esse medicamento for administrado maiores as chances de recuperação”, complementa.
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Na assistência, o paciente recebe todos os cuidados necessários, com exame de tomografia computadorizada para análise da região afetada. Após as medidas imediatas, reforça a médica, o tratamento também consiste em realizar a reabilitação conforme necessidade do indivíduo, com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. A longo prazo, o controle dos fatores de risco, como tratamento da pressão arterial, deve ser realizado.
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Hospitais da Ebserh nos cuidados aos pacientes com AVC
Os Serviços de Neurologia dos Hospitais Universitários da Ebserh atendem pacientes com sintomas de acidente vascular cerebral, ofertando tratamento adequado. Dos hospitais citados, o HC-UFTM, o HC-UFMG e o HU-UFSCar possuem emergência 24 horas para receber as pessoas nos casos agudos, ou seja, nas ocasiões em que o AVC está acontecendo. Em destaque, mencionamos também o Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), em Pernambuco; e o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS), instituições parceiras da Iniciativa Angels, projeto internacional comandado pela empresa alemã Boehringer Ingelheim, que visa aprimorar as unidades hospitalares nos cuidados aos pacientes com AVC.
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.