Omicron foi a vilã do aumento dos casos de Covid-19 em Petrolina no mês de janeiro

A pesquisa do Colegiado do Curso de Economia da Faculdade de Petrolina – FACAPE,  aponta a variante Omicron como a vilã no aumento na quantidade de casos da COVID-19 em janeiro de 2022, no Vale do São Francisco.
Os boletins de análise do avanço da COVID-19 em Petrolina,  constata um aumento na quantidade de novos casos em janeiro em comparação com dezembro do ano passado. Registrando 4.014 novos casos no primeiro mês de 2022.
Segundo a pesquisa a chegada da nova variante Ômicron, contribuiu para o aumento dos casos, em especial na última semana do mês, com o recorde histórico semanal de 1.757 e o novo recorde diário 764 em 31/01. “Como visto em outros países, a variante Ômicron e muito contagiosa e era uma questão de tempo para ela se tornar a predominante na região. Agora podemos considerar que a variante chegou fortemente, dado os números de casos novos que estão surgindo. Serão sucessivos recordes de casos diários, de casos semanais e de casos mensais que estamos esperando para o mês de fevereiro e março. Em março uma nova avaliação poderá ser feita para verificar se este novo tsunami de casos novos estará perto de passar.” Ressalta o coordenador da pesquisa Covid da Facape, professor doutor João Ricardo Lima.
Em Petrolina foram feitos 19.257 testes rápidos. E o número de pessoas vacinadas, considerando apenas a primeira dose, aumentou de 74,96% para 76,19%. Já as pessoas vacinadas, considerando o ciclo vacinal completo, aumentaram de 59,96% para 62,26%, ou seja, quase 2,5 pontos percentuais de crescimento. A vacinação está avançando, mas ainda abaixo do desempenho médio nacional, é preciso acelerar o processo ainda mais e isto deve ocorrer com a vacinação das crianças.
Davi Rocha, 20 anos contraiu a doença já esse ano e mesmo tendo tomado as 2 doses diz que os sintomas foram bem fortes, mas acredita que se eu não tivesse tomado a vacina poderia ter chegado a óbito. “No início senti um cansaço, e achei que era por ter chegado de viagem e por conta da correria, mas no dia seguinte, comecei a dar muita febre e não tinha forças pra nada, nem pra tomar um copo de água. Então, vinha a dor de cabeça, tontura, dor na garganta e fraqueza. Hoje, tenho tosse e tontura, o que deixando meu sono desregulado, “concluiu.
Foi registrada uma redução na taxa de óbitos, passando de 1,60% em dezembro para 1,48% em janeiro, mas houve um forte aumento 66% na ocupação dos leitos públicos de UTI da Rede PEBA em janeiro. Atualmente, 80 dos 122 leitos estão ocupados.
“A população está sendo imunizada, porém a cidade ainda está longe de superar a marca de 70% da população total imunizada com a segunda dose (ou dose única). Os cuidados precisam continuar redobrados e todas as medidas de prevenção devem ser mantidas, como o uso de máscara, álcool gel e distanciamento, pois a nova variante do vírus Ômicron é muito mais contagiosa, podendo aumentar a demanda por leitos de UTI e a quantidade de novos óbitos, principalmente na população que ainda não se vacinou,” enfatiza João Ricardo.

Assessoria de Comunicação da Facape

Covid-19: afastamento de até 10 dias do presencial não exige atestado

Illustration of coronavirus particles. Coronaviruses are a group of viruses named for their appearance under electron microscopy, where their round-tipped surface spikes make them resemble a crown. They can infect many animals and humans, causing respiratory diseases including the common cold, as well as more serious pneumonia. The 2019-2020 Covid-19 outbreak that started in Wuhan, China, is caused by the new coronavirus SARS-CoV-2 (previously 2019-nCoV). The 2003 SARS outbreak was also caused by a novel coronavirus.

O Ministério do Trabalho e Previdência informou que trabalhadores com sintomas de covid-19 ou com diagnóstico confirmado para a doença não precisam apresentar atestado médico às empresas e devem ser afastados do trabalho presencial. De acordo com a pasta, a apresentação de atestado só é necessária caso o afastamento dure mais de 10 dias.

Portaria interministerial publicada esta semana prevê que trabalhadores que tiverem contato com pessoas com diagnóstico confirmado de covid-19 também devem ser afastados do trabalho presencial sem a necessidade de apresentação de atestado médico. “Contudo, se o trabalhador precisar ficar afastado por mais tempo, o atestado se faz necessário”, destacou o ministério à Agência Brasil.

Ainda de acordo com a portaria, a empresa pode reduzir o período de afastamento das atividades presenciais para sete dias desde que o trabalhador esteja sem febre há 24 horas, sem uso de medicamento antitérmicos e com remissão de sinais e sintomas respiratórios. Deve ser considerado o primeiro dia de isolamento o dia seguinte ao início dos sintomas ou a data da coleta de teste RT-PCR ou de teste de antígeno.

O texto também destaca que a empresa deve orientar os empregados afastados a permanecerem em suas residências, além de assegurar a manutenção da remuneração durante o período de afastamento.

As medidas, segundo a pasta, foram adotadas com o objetivo de evitar um aumento ainda maior de infecções por covid-19 provocadas pela alta incidência da variante Ômicron.

Edição: Paula Laboissière – Agencia Brasil

Pesquisador da Facape prevê recorde de casos de Covid-19 em Petrolina no mês de Fevereiro

Quatro longos dias de sofrimento, com dores na garganta, no corpo, cansaço e desconforto. A professora Marta Suzana Freire foi contaminada pela nova variante do coronavírus, a ômicron. “Eu viajei à São Paulo pra ficar uns dias com minha filha que mora lá. Ela se contaminou no trabalho e eu peguei o vírus dela, dentro de casa e só percebi os sintomas quando voltei à Petrolina. Eu doente aqui e ela lá,” contou a professora.

O aumento no número casos de coronvírus em Petrolina está acontecendo de forma acelerada neste mês de Janeiro, de acordo com a pesquisa de avanços dos casos de covid-19 na região, realizada pelo Colegiado de Economia da Faculdade de Petrolina-Facape.

Na última semana de dezembro de 2021 foram registrados 215 novos casos de contaminação. Na primeira semana de janeiro foram 262, na semana seguinte 493, pulando para 738 novos casos. O aumento inicial foi de 22%, passando para 80% e mais 50% na terceira semana do mês. “Não se tinham tantos casos desde a última semana de novembro. Antes de novembro a gente só tinha vivido essa situação em maio de 2021. O recorde histórico de casos diários em Petrolina aconteceu na quarta-feira (26), com 514 casos. Entre segunda e quinta-feira desta semana, já foram 1.458 casos, o dobro do total da semana passada inteira e o novo recorde semanal desde o início da pandemia” explica o coordenador da pesquisa Covid da Facape, professor doutor João Ricardo Lima.

A pesquisa avalia a média móvel considerando o período de 14 dias. O aumento é de quase 270%. Foram notificados 166 novos casos contra 45 casos há 14 dias atrás. “A expectativa é de novo recorde mensal de casos, que superou os 4.200 em abril do ano passado,” enfatiza João Ricardo.
Variante ômicron.

Os casos ativos de coronavírus que estavam declinando voltaram a subir rapidamente, superando 2.500 pessoas com o vírus nesta semana em Petrolina. Segundo a pesquisa, o município já vive o impacto da variante ômicron. “Espera-se que fevereiro ainda sejam registrados muitos casos e só depois desse período é que a gente vai poder avaliar se o número de contaminação por coronavírus vai diminuir ao continuar aumentando na região,” Conclui João Ricardo.

Assessoria de Comunicação da Facape

Mais de 300 novos casos de Covid-19 são registrados no boletim epidemiológico de Petrolina (PE)

O boletim epidemiológico divulgado diariamente pela Secretaria de Saúde em Petrolina registrou, nessa quinta-feira (27), 312 novos casos da doença na cidade. Foram realizados mais de 1400 testes nos três polos montados pela secretaria na cidade.

O boletim ainda registra que, dos 121 leitos de UTI disponíveis para a rede PEBA, 74 estão ocupados, isso representa uma taxa de 61,1% de ocupação.

A partir do elevado crescimento de novos casos, Petrolina registra agora 41.131 pessoas já infectadas pelo novo coronavírus. Desse total, 37.977 já estão recuperadas, isso significa 92,3% de cura clínica. Não há registro de óbitos, assim, o município permanece com 623 mortes pela doença. O município está agora com 2531 casos ativos da COVID-19.

Petrolina volta a registrar elevado número de novos casos da COVID-19

O boletim epidemiológico divulgado diariamente pela Secretaria de Saúde em Petrolina registrou, nessa quarta-feira (26),mais 386 novos casos da doença na cidade. Foram realizados quase 1300 testes nos três polos montados pela secretaria na cidade.

Além dos novos casos, a Secretaria de Saúde divulga ainda o óbito de uma pessoa do sexo feminino, de 54 anos, ocasionado pela doença. A mulher estava internada em um hospital privado da região, com histórico de comorbidades, a morte foi registrada na última sexta-feira (21), no entanto, a secretaria só recebeu a declaração de óbito nessa quarta-feira.

O boletim ainda registra que, dos 120 leitos de UTI disponíveis para a rede PEBA, 64 estão ocupados, isso representa uma taxa de 53,3% de ocupação.

A partir do elevado crescimento de novos casos, Petrolina registra agora 40.819 pessoas já infectadas pelo novo coronavírus. Desse total, 37.877 já estão recuperadas, isso significa 92,8% de cura clínica. Com o óbito registrado neste boletim, Petrolina chega a 623 mortes pela doença. O município está agora com 2319 casos ativos da COVID-19.

Outras informações sobre a pandemia estão disponíveis no site: petrolina.pe.gov.br/coronavirus.

Mais de 200 novos casos de Covid-19 são confirmados em Petrolina (PE)

O boletim epidemiológico dessa segunda-feira (24) informa que dos 120 leitos de UTI disponíveis para a Rede PEBA, 68 estão ocupados. Dessa forma, a taxa de ocupação está em 56,7%.

O boletim apresenta um elevado crescimento no número de positivos na cidade. Nessa segunda-feira foram registrados 244 novos casos pela Secretaria de Saúde. Assim, Petrolina está com 39.917 pessoas já infectadas pelo novo coronavírus. Desse total, 37.666 já estão recuperadas, isso representa 94,4% de cura clínica. O município está com 1.630 casos ativos do novo coronavírus.

Há também o registro de um óbito, trata-se de uma pessoa do sexo feminino, de 88 anos, com comorbidades. A morte ocorreu no dia 17 de janeiro em um hospital privado de Petrolina, no entanto, a secretaria só recebeu nessa segunda a declaração de óbito. Assim, o município está com 621 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Outras informações sobre a pandemia estão disponíveis no site: petrolina.pe.gov.br/coronavirus.

Média de mortes por Covid volta a ficar acima de 300, após quase 3 meses

O Brasil voltou a ter média móvel de mortes superior a 300 óbitos por dia. Nesta segunda-feira (24), a média chegou a 307 vidas perdidas por dia, aumento de 152% em relação ao dado de duas semanas atrás. A última vez em que a média esteve nesse patamar foi em 31 de outubro de 2021, quando era de 311.

Nesta segunda, foram registrados 267 mortes e 90.509 casos de Covid. Com isso, o país chegou a 623.412 vidas perdidas e a 24.134.946 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

A média móvel de casos, pelo 7º dia, bateu recorde. Agora, o país registra 150.236 pessoas infectadas por dia, aumento de 241% em relação ao dado de duas semanas atrás.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

A Secretaria de Saúde de Petrolina atualiza boletim com dados sobre a COVID-19

O boletim epidemiológico desta terça-feira (18) informa que dos 120 leitos de UTI disponíveis para a Rede PEBA, 58 estão ocupados. Dessa forma, a taxa de ocupação está em 48,3%.

O boletim apresenta 124 novos casos, assim, Petrolina está com 39.173 pessoas já infectadas pelo novo coronavírus. Desse total, 37.229 já estão recuperadas, isso representa 95% de cura clínica. O município está com 1.425 casos ativos do novo coronavírus.

Há registro de um óbito. Uma morte foi registrada no dia 17 de janeiro, em um hospital privado de Petrolina e trata-se de uma pessoa do sexo feminino, de 62 anos, com histórico de comorbidades. O município está agora com 619 óbitos em decorrência do novo coronavírus.

Outras informações sobre a pandemia estão disponíveis no site: petrolina.pe.gov.br/coronavirus.

Covid-19: aumento de casos não deve elevar número de óbitos

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse acreditar que o avanço da covid-19 no Brasil deverá ter desempenho similar ao de alguns países europeus, apresentando aumento de casos mas sem aumentos significativos no número de óbitos, em termos proporcionais. Queiroga disse também que, nos próximos 15 dias, serão distribuídos 14 milhões de testes rápidos de antígenos.

“Em janeiro vamos distribuir 40 milhões de testes rápidos de antígenos. Destes, 14 milhões nos próximos 15 dias. É necessário que tenhamos novamente o empenho dos municípios para fazerem essa testagem na atenção primária e enviar esses resultados ao Ministério da Saúde, para que tenhamos visão da evolução da pandemia”, disse Queiroga hoje (10) ao chegar no ministério.

Segundo o ministro, não está sendo observado, no país, “aumento proporcional no número de óbitos”, por conta da doença. Nesse sentido, acrescentou, o Brasil deverá ter, “desempenho semelhante ao que ocorre em países da Europa como Espanha, Reino Unido e França, onde houve incremento de casos mas não houve subida de óbitos”, disse. “Mas temos de esperar a evolução da pandemia para termos posição mais definitiva sobre o tema”, acrescentou.

Queiroga reiterou que o ministério tem provisões e estoques reguladores que garantem o abastecimento de estados e municípios “com aquela capacidade máxima de consumo que houve no pico de pandemia por um período de três meses”. “Temos cenário pandêmico de certa incerteza, em face da variante Ômicron, mas temos a esperança de que não haja uma explosão de internações hospitalares, nem aumento proporcional de óbitos porque nossa população está fortemente vacinada”.

Ele lembrou que o total de leitos aumentou de 23 mil, antes da pandemia, para 43 mil, no período de pico da doença. “Então, no pior cenário, temos capacidade de duplicar os leitos de terapia intensiva, se esse for o caso. Mas é necessário também que municípios e estados nos informem para garantir que não faltem insumos estratégicos, como oxigênio e kits de intubação”, complementou.

De acordo com o ministro, ainda hoje o governo deverá ter uma definição sobre a questão da quarentena, de forma a encurtar o período necessário para aqueles que contraíram a doença. Queiroga informou, também, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encaminhou sugestão para flexibilizar a restrição dos cidadãos da África e dos países vedados em função da variante Ômicron.

Evolução da Ômicron provoca mudanças na programação de grandes eventos

O avanço da variante Ômicron mexeu com a programação de grandes eventos no início deste ano no país. Um exemplo é o festival de música Universo Spanta, na Marina da Glória, zona sul do Rio, que teve adiadas as apresentações de hoje (7) até domingo (9), e ainda não remarcou as datas. Músicos da banda de Lulu Santos, que fariam ontem show com o cantor e compositor, e hoje com a cantora Duda Beat, foram diagnosticados com covid-19.

Em mensagem publicada no Instagram, os músicos comunicaram que as outras atividades do calendário estão mantidas e que o cenário da pandemia ao longo dos próximos dias continuará sendo acompanhado junto aos órgãos de saúde.

A programação prevê apresentações em todos os fins de semana de janeiro e tem encerramento marcado para o dia 30. Os organizadores do festival disseram que esperam conseguir manter a agenda. “Temos esperança de realizar um festival lindo e de nos reencontrarmos a partir do dia 14”, afirmaram os artistas, informando que pretendem retomar o evento na próxima sexta-feira.

Até mesmo eventos que começarão apenas em março requerem cuidados e planejamento especiais. O produtor do Tim Music Verão, Rafaello Ramundo, previsto para os dias 12 e 13 e 19 e 20 de março, na Praia de Ipanema, disse que o trabalho da equipe é sempre antecipado e que o cenário atual vem sendo acompanhado. Ele adiantou que está sendo trabalhada inclusive a possibilidade de datas mais para a frente, caso seja necessário adiar as apresentações. “Por prudência, já estamos montando um plano de contingência para levar o evento um pouco mais para a frente.” Segundo o produtor, o evento inclui extensa lista de artistas e equipes e há risco de as pessoas estarem contaminadas quando o evento ocorrer.

Ramundo disse que é muito forte o impacto de não realizar um grande evento que já foi preparado, mas ressaltou que a responsabilidade vem na mesma medida e não pode ser comprometida por conta de imprudência da produção. “Se chegar a um ponto em que realmente é impossível fazer, aí, mesmo com todo o prejuízo que isso possa causar, porque eventos como o Tim Music Verão geram muito emprego – quase 3 mil entre diretos e indiretos –, se a pandemia for do tamanho que está se desenhando, a gente dá um freio”, afirmou o produtor à Agência Brasil.

Outro evento com presença de público produzido por Ramundo é o Festival Invasão Cultural, com apresentações musicais que antecedem os jogos do basquete do Flamengo, no Maracanãzinho, zona norte do Rio. Neste caso, a opção foi reduzir o número de pessoas no local com a exigência de protocolos sanitários e a transmissão dos shows pela internet. “Estamos lançando uma série de artistas no projeto Invasão Cultural, que fala para um público mínimo no Maracanãzinho, mas isso é replicado na internet para as pessoas. É a vida que estamos vivendo hoje”, enfatizou.

Planejamento

Grandes eventos precisam ser organizados com extenso planejamento antecipado. A preparação do Universo Spanta, por exemplo, envolveu centenas de pessoas durante  dois anos para definir os detalhes e a lista com mais de 100 atrações. Nesse período, veio a covid-19, e o cenário mudou.

Antes do surgimento da Ômicron, tudo parecia estar caminhando para a normalidade. As famílias se reuniram no Natal e, mesmo com restrições, se comparado a outros anos, houve a queima de fogos em vários pontos do Rio e comemorações em outras cidades do país no réveillon.

Os eventos culturais e de turismo do Brasil estão entre os segmentos mais atingidos pela pandemia. Dados da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) indicam que as perdas do setor no auge da pandemia chegaram a 93%. O ambiente que se mostrava mais favorável nos últimos meses de 2021, reforçado pelo avanço da vacinação e a consequente redução de casos e de óbitos da doença, animou os promotores e grandes eventos começaram a ser programados.

Agora, com a multiplicação da variante Ômicron, a realização desses eventos passou a ser motivo de preocupação. Salvador, Recife e Olinda já cancelaram a programação de carnaval. No Rio, a prefeitura cancelou os desfiles de blocos de rua e espera resposta das agremiações à proposta de apresentações em lugares onde o controle do público pode ser feito, como o Parque Madureira, na zona norte, e o Parque Olímpico, na zona oeste.

Para as escolas de samba, pelo menos até agora, os desfiles estão mantidos no Sambódromo da Sapucaí com exigências do comprovante de vacinação em dia e testagem para covid-19 antes do espetáculo.

Especialistas

Rock in Rio Music Festival in Rio de Janeiro
Para setembro, está prevista nova edição do Rock in Rio na zona oeste do Rio – Reuters/Ian Cheibub/Direitos Reservados
Para especialistas, no entanto, o avanço da Ômicron no país recomenda cautela, e o melhor seria o cancelamento total de grandes espetáculos e festejos como os de carnaval. Embora reconheça que tais eventos foram programados em outro cenário da pandemia, a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirmou que, diante do que já se verificou em países do Hemisfério Norte, onde a variante se espalhou em grandes proporções, o momento é de retroceder. “É preciso que a população entenda que mudou. Não podemos mais relaxar de maneira nenhuma”, disse Isabella à Agência Brasil.

A médica destacou ainda o impacto nas mais diversas atividades, quando aumenta o número de casos. “Felizmente não teremos um número de mortes como tivemos nas últimas ondas, mas teremos tantos casos que a economia ficará prejudicada por causa do absenteísmo”, afirmou Isabella, que

citou como exemplo os inúmeros voos cancelados por causa da contaminação das equipes de tripulantes.

“Não queremos parar a economia, não queremos fechar as escolas de maneira nenhuma. As escolas não podem ser fechadas, mas precisamos da ajuda da população. É preciso entender esse recado, porque, senão, não tem como controlar. Não tem autoridade que consiga controlar”, afirmou.

O primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, concorda que o momento é de restrições. “Do jeito que flexibilizamos todos, e com a nova onda chegando, a maior de todas, temos que voltar atrás, retroagir com o público no carnaval, nos estádios de futebol, nos cruzeiros. Agora é momento de restrições. Muita gente, equivocadamente, usava como critérios o número de vacinados para flexibilização. O relaxamento deve ser dado pelas taxas de transmissão.”, explicou.

Quando há muita gente em circulação, é preciso restringir mais, com poucos circulando, libera-se mais, disse o infectologista. “A conta é essa. O momento agora, é voltar para trás. Limitar a frequência”, recomendou Kfouri, reforçando que a limitação se daria até baixarem as taxas de transmissão da Ômicron.

A médica Sylvia Lemos, que é consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) em Pernambuco, teme que o quadro se agrave no carnaval, quando aumenta a circulação de pessoas nas cidades e chegam turistas de outros países. Além disso, há o caso de  pessoas já vacinadas que participaram de festas privadas no fim do ano e agora estão com a doença. Ainda assim, disse a médica, é preciso avaliar a evolução, porque como tem sido demonstrado desde o início, o comportamento da covid-19 é muito mutante. “É algo imprevisível e temos que esperar os tempos e como as tendências das curvas se comportam”, afirmou.

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse que, por enquanto, não há previsão de alterar as medidas restritivas e que a principal recomendação para eventos é a cobrança do passaporte sanitário. Soranz destacou que as pessoas precisam ter consciência de que, para ficar juntas no mesmo local, é necessário que todas estejam devidamente vacinadas. O secretário reconheceu que isso não vem ocorrendo em alguns eventos, que terminaram com muitas pessoas infectadas, como nos cruzeiros, que precisaram ser suspensos.

Para Soranz, o panorama pode mudar, se houver aumento nas internações, por causa da falta de respeito às regras sanitárias. “Se não forem cumpridas, houver aumento no número de internações e de casos graves, teremos que mudar as medidas restritivas na cidade. O que está balizando as medidas restritivas hoje é a quantidade de internados e de casos graves, que não se alterou, não teve mudança nesse momento, mas, se houver grande circulação de pessoas não vacinadas, o cenário pode se alterar rapidamente.”

Soranz reforçou que é importante os eventos culturais continuarem cumprindo as medidas sanitárias colocadas: em locais com muita gente, exigir o uso de máscara e a apresentação do passaporte sanitário.

Próximos

Formula 1 Brasil
Realização da Fórmula 1 no Brasil não teve impacto epidemiológico, diz Abrape – Florent Gooden/DPPI/LiveMedia/NurPhoto
Para este ano, há outros grandes eventos previstos, como o festival Lollapalooza, marcado para os dias 25, 26 e 27 de março, em São Paulo, e o Rock in Rio, de 2 a 11 de setembro, no Rio.

O presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, disse que, se houver um agravamento do quadro pandêmico, as restrições não devem ser apenas para o setor. De acordo com Caramori Júnior, eventos de massa que já foram realizados pelo setor e não tiveram impactos negativos no quadro epidemiológico, como a Fórmula 1. Para ele, é preciso avaliar a evolução do quadro, incluindo o número de internações, de casos graves e de óbitos. Se forem tomadas medidas drásticas, não podem ser direcionadas só para os eventos, tem que valer para todos os setores que incentivam o convívio social. “Tem as praias cheias, parques cheios, aeroportos cheios, shopping centers cheios, supermercados, quer dizer, não tem como direcionar só para este setor. Seria uma abordagem extremamente preconceituosa”,disse Caramori à Agência Brasil.

A atenção aos grandes eventos deve ser a mesma dada a outras atividades, porque o país ainda está em ambiente de pandemia. Caramoni destacou que o segmento contribui positivamente quando exige o comprovante de vacinação, pois as pessoas têm mais um motivo para busca a imunização.

Máscaras

A médica Isabella Ballalai alertou ainda para o uso das máscaras de tecido e as cirúrgicas, que segundo ela, não são suficientes para enfrentar a variante Ômicron.

De acordo com Isabella, as melhores máscaras são as do tipo N95 ou PFF2. Quem não tiver condição de comprá-las, deve combinar o uso das de tecido com as cirúrgicas.

Além do uso correto das máscaras, a médica recomendou a vacinação. “Quem não tomou a primeira dose, pelo amor de Deus, acorda. A pandemia não acabou.”

Edição: Nádia Franco – Agência Brasil