Vereador Paulo Valgueiro denuncia suposta compra superfaturada de máscaras pela prefeitura de Petrolina-PE

Nesta quarta (10), o Vereador de Paulo Valgueiro denunciou à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF) o superfaturamento no valor das máscaras descartáveis destinadas ao enfrentamento do Novo Coronavírus (Covid-19), compradas sem licitação pela Prefeitura de Petrolina, no início de abril. De acordo com levantamento feito por Valgueiro, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, adquiriu 500 mil máscaras cirúrgicas descartáveis com valor unitário em muito superior ao praticado no mercado e por outros entes federativos, usando recursos públicos federais, que podem ter trazido um prejuízo de R$ 1.385.000,00.

A aquisição ocorreu pela Dispensa de Licitação nº 005/2020, que deu origem ao Contrato nº 182/2020, celebrado entre o município de Petrolina e a Empresa Multilaser Industrial S.A., num valor global de R$ 1.865 milhão, por meio do qual a prefeitura de Petrolina adquiriu um total de 500 mil máscaras cirúrgicas descartáveis, pelo preço unitário de R$ 3,73 – valor em muito superior ao praticado no mercado.

Nos documentos apresentados à denúncia, Valgueiro orçou o mesmo produto, comparando o valor praticado no mercado para vendas à iniciativa privada, o valor praticado na venda a outros entes governamentais da região e valor da dispensa de licitação da prefeitura, o que serviu para confirmar o sobrepreço das máscaras adquiridas pela Prefeitura Municipal de Petrolina.

No comparativo com o Ministério da Saúde, na dispensa em que comprou a mesma quantidade de máscaras – 500.000 – o preço unitário saiu a R$ 0,96. Mesmo em contratos diferentes de compra pelo Ministério, teve variação dos preços, saindo a R$ 2,00 a unidade, mas nenhum deles sequer se aproximou do valor pago por Petrolina.

Num cálculo simples, enquanto a Prefeitura de Petrolina comprou a unidade da máscara por R$ 3,73, na vizinha cidade, Juazeiro-BA, numa quantidade bem menor, o que normalmente coloca o preço para cima, o mesmo material foi adquirido pelo valor unitário de R$ 1,50.

Já em Senhor do Bonfim, também na Bahia, o valor foi ainda menor. A prefeitura de Bonfim comprou as máscaras pelo valor unitário de R$ 1,20 com uma compra também em menor escala, apenas 600 máscaras cirúrgicas descartáveis.

De acordo com Valgueiro, que apresentou os documentos para investigação, o Governo do Estado de Pernambuco, que já comprou caro, adquiriu as máscaras por um preço de mercado mais justo. Foram 2.090 milhões de máscaras cirúrgicas descartáveis, pelo preço de R$ 2,78 cada.

Na pesquisa feita pelo vereador, as empresas de varejo conseguem vender as máscaras por um preço médio de R$ 1,35 cada uma, valor muito abaixo do comprado pela prefeitura de Petrolina.

“O valor negociado na compra de máscaras cirúrgicas descartáveis em Petrolina foi três vezes superior ao comercializado no mercado. Num comparativo com o Governo Federal que, embora seja outra esfera de governo, comprou a mesma quantidade de máscaras – 500.000 – ao preço unitário de R$ 0,96 com valor global de R$ 480.000,00 – enquanto a Prefeitura de Petrolina adquiriu a unidade por R$ 3,73 alcançando o valor global de R$ R$ 1.865.000,00 – o prejuízo ao erário municipal foi de R$ 1.385.000,00 – com sobrepreço de 289%. O prefeito precisa explicar ao povo de Petrolina sobre esse superfaturamento e agora terá que se explicar também à PF e ao MPF”, salienta Valgueiro.

Na denúncia, Valgueiro ratifica a confiança no trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e pede esforços na instauração do procedimento de investigação acerca das contratações emergenciais realizadas nesse período de calamidade pública, sem licitação, para aquisição de equipamentos de proteção individual, em especial as máscaras cirúrgicas descartáveis usadas no enfrentamento ao novo coronavírus, adquiridas pela Prefeitura Municipal de Petrolina – PE, com fortes indícios de superfaturamento, comprados  com recursos públicos federais.

Por: Mônia Ramos/ Jornalista – Assessoria de Imprensa da Bancada de Oposição Petrolina

A futura ministra Damares Alves, diz ter sido violentada por dois pastores quando criança

A futura ministra Damares Alves, escolhida por Jair Bolsonaro (PSL) para comandar a pasta Mulher, Família e Direitos Humanos no novo governo, disse ter sido abusada por dois pastores quando era criança. Em entrevista à Universo, do portal UOL, ela deu detalhes sobre os abusos, falou que tentava dar “sinais” do que estava acontecendo, mas que ninguém notava.

“Fui abusada por dois religiosos. Da primeira vez, foi um missionário da igreja evangélica que frequentávamos na época, em Aracaju. Foram várias vezes em um período de dois anos. Começou quando eu tinha 6 anos, e a última vez que o vi estava com 8”, relata Damares.

 

“[O segundo] não foi às vias de fato. Me recordo de quatro momentos. Passava a mão no meu corpo, me beijava na boca, me colocava no colo. Uma vez ejaculou no meu rosto”, disse.

Ela diz ter se tornado uma criança retraída depois dos abusos. “Me tornei uma menina triste. Antes dos abusos eu sentava no primeiro banco da igreja, cantava feliz, dançava. Depois, não cantava do mesmo jeito, não dançava. Virei uma criança retraída. Tinha pesadelos e gritava à noite”, contou.

De acordo com Damares, seus pais ficaram sabendo sobre os abusos anos mais tarde, mas nada aconteceu. “Já adulta, soube que meus pais descobriram. Mas, na época, nada foi feito. Acontece com a maioria das meninas abusadas: algumas não falam porque são ameaçadas, outras, porque têm medo da reação do pai e da mãe, e há as que acham que ninguém vai acreditar. Mas eu emitia muitos sinais. Infelizmente, ninguém notou.”

Damares falou sobre a história do pé de goiaba, que ganhou repercussão recentemente por causa do vídeo de uma pregação no qual ela aparece fazendo o relato. A pastora diz que, por causa dos abusos, tentou se matar. Pegou veneno de rato e subiu na árvore, onde costumava ir para chorar sem ser vista, mas desistiu de se envenenar depois de, segundo ela, ter “visto Jesus”.

“Estão me ridicularizando por ter falado isso, mas se vocês não acreditam, o problema é de vocês”, afirmou. “Tem criança que vê duende, que fala com fadas. Eu vi Jesus. Percebo que há uma discriminação religiosa sórdida que está banalizando o sofrimento de uma criança.”

Após a repercussão do relato de Damares sobre a visão de Jesus, o presidente eleito chegou a publicar uma mensagem no Twitter em defesa de sua futura ministra. Bolsonaro considerou “surreal” e “extremamente vergonhoso” o que chamou de “deboche” contra a história contada pela pastora.