Vice-presidente Mourão diz que aborto é uma decisão da pessoa

Em entrevista ao jornal O Globo, o vice-presidente Hamilton Mourão revelou ponto de vista oposto ao do presidente Jair Bolsonaro em relação ao um tema sensível: o aborto. Para o militar, as possibilidades para a interrupção da gravidez deveriam ser ampliadas.

“A questão do aborto também é algo que tem que ser bem discutido, porque você tem aquele aborto onde a pessoa foi estuprada, ou a pessoa não tem condições de manter aquele filho. Então talvez aí a mulher teria que ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto’, disse.

Em seguida, ele foi questionado se era a favorável à ampliação das possibilidades de aborto e respondeu: “Pessoalmente, eu acho que poderia”.

“Minha opinião como cidadão (sobre o aborto), não como membro do governo, é de que se trata de uma decisão da pessoa”, prosseguiu.

Julio Lóssio se filia ao PSD e irá presidir o partido em Petrolina, no Sertão

Ex-prefeito prefeito de Petrolina por dois mandatos, o médico Julio Lóssio se filiou ao PSD do deputado federal André de Paula, e vai presidir o partido em Petrolina, no Sertão.

Vindo de mandatos bem avaliados, Lóssio deve concorrer novamente ao Executivo municipal, em 2020. O ex-prefeito estava sem partido desde que saiu da Rede após conflito na campanha.

Por: Arthur Cunha

Trabalhador rural não precisará mais do sindicato para se aposentar

O trabalhador rural não precisará mais da intermediação dos sindicatos para conseguir uma declaração de sua atividade e, com isso, conseguir se aposentar.

É o que estabelece a medida provisória assinada presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira 18, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, para combater fraudes em benefícios pagos pela Previdência Social.

De acordo com o governo, a medida provisória altera regras de concessão dos benefícios, entre os quais auxílio-reclusão, pensão por morte e aposentadoria rural. Prevê, ainda, a revisão de benefícios pagos atualmente pelo INSS.

Pelo texto da MP, serão criados os programas de Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade e de Revisão de Benefícios por Incapacidade.

Pelas estimativas da equipe econômica, o governo poderá economizar R$ 9,8 bilhões nos primeiros 12 meses com as ações previstas na MP.

Isso porque, de acordo com o governo, a estimativa é que serão cancelados 16% dos 5,5 milhões de benefícios. A revisão será feita nos próximos dois anos.

Para a concessão de aposentadoria rural, sendo a MP, será criado um cadastro de segurados especiais para abastecer o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). A partir de 2020, o CNIS será a única forma de comprovar o tempo de contribuição para o trabalhador rural.

Documentos validados por sindicatos não serão mais aceitos. Antes de 2020, o trabalhador rural comprovará período de contribuição por meio de uma autodeclaração. Nos próximos 60 dias, bastará entregar a autodeclaração. A partir de março, a autodocleração terá de ser homologada por entidades do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater).

Por: Portalv1

Zona Franca do Semiárido – O embaixador e empreendedor social Antonio Souza explica as vantagens

O início da nova Legislatura no Congresso Nacional é, também, um momento mais do que oportuno para reacendemos o debate sobre a instalação da Zona Franca do Semiárido, a Proposta de Emenda à Constituição 19/2011, de autoria do deputado paraibano Wilson Filho e relatoria do pernambucano Gonzaga Patriota. A zona de livre comércio, nos moldes da de Manaus, será a redenção do povo nordestino. Vai melhorar a qualidade de vida do sertanejo, ainda hoje muito prejudicado pela falta de apoio do Poder Público e pelas altas taxas tributárias, além da dificuldade de acesso ao crédito.

Embaixador da Zona Franca do Semiárido, o empreendedor social Antonio Souza explica as vantagens. “Essa intervenção se converte em uma saída para o trabalhador da zona rural. Entre os seus principais benefícios estão as oportunidades de emprego a serem geradas. O projeto já passou por várias etapas, e, agora, está esperando a pauta para votação na Câmara. Ao todo, mais de 90 municípios devem ser beneficiados com a criação da Zona Franca do Semiárido, que contará com 31.416 quilômetros quadrados, área 737 vezes maior que a de Manaus”, argumentou.

Antonio Souza também atentou para o incremento na geração de empregos e incentivos fiscais para as empresas da região, o que estimulará as práticas comerciais nacionais e internacionais sem a existência de tarifas alfandegárias. “A estruturação se dá com a implantação de empresas, mas, primeiro, com o incentivo e apoio às organizações já existentes; não somente às empresas, bem como aos serviços das indústrias, comércio e agricultura”, destacou.

O empreendedor social detalhou ainda outras vantagens da PEC, a exemplo da questão tributária com investimentos em infraestrutura e apoio logístico para melhorar a malha viária e as ferrovias. “Nossos aeroportos regionais vão funcionar para facilitar o escoamento da produção. Vamos trazer desenvolvimento para o nosso Sertão e para Pernambuco como um todo. É imprescindível a chegada de políticas de desenvolvimento econômico e social que transformem a vida do sertanejo para melhor, garantindo milhões de novos empregos e desenvolvimento regional. Esse é um sonho que se tornará realidade quando essa iniciativa sair do papel”, concluiu Antonio Souza.

Texto: Arthur Cunha 

Com medo de ser morto, Jean Wyllys abandona mandato e deixa o Brasil

Odeputado federal Jean Wyllys, eleito para o seu terceiro mandato pelo PSOL do Rio de Janeiro, vai deixar o cargo e sair do Brasil. Ele pretende, de acordo com entrevista concedida à Folha de S. Paulo, se dedicar à carreira acadêmica.

Segundo ele, que vive sob escolta policial desde o assassinato da companheira de partido Marielle Franco, o aumento das ameaças de morte o levaram a abandonar a missão na Câmara dos Deputados.

“O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, justifica.

“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirma Wyllys. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, acrescenta.

Os limites éticos do parentesco na gestão pública

O caso de Araripina, onde o prefeito nomeou a filha médica secretária de Educação, estimula o debate acerca dos limites da ética na administração pública. É preciso deixar claro que o episódio é apenas mais um. Atento ao assunto, o Ministério Público de Pernambuco já havia recomendado, há uma semana, que o gestor em questão exonerasse parentes. Só nos últimos três anos, outras 36 prefeituras e câmaras municipais de todos os tamanhos, do litoral ao Sertão, também foram notificadas pelo órgão – um número bem relevante. Vale salientar que, aos prefeitos, a prática de nomear parentes em cargos de livre provimento é legal e autorizada pelo STF na Súmula Vinculante 13, de 2017. Portanto, não se considera crime. Mas nem tudo que é legal é, também, moral e ético. O limite é tênue.

Há argumentos do outro lado que precisam ser levados em conta por contribuir para a discussão. O primeiro é que, na condição de eleito pelo povo, o prefeito tem a prerrogativa de nomear quem ele considera preparado para a função. Esse foi um dos pontos levantados por Raimundo Pimentel, de Araripina, em conversa com este colunista. O prefeito explicou que a filha, formada em Medicina pela UPE, tem mestrado em Desenvolvimento Infantil pela University Of Stirling, na Escócia, entre outros títulos. “Não conheço ninguém melhor para a função”, afirmou Pimentel, que está no seu direito.

Têm outros pontos comuns, ainda, à dura realidade dos municípios: os baixos salários que as prefeituras oferecem para cargos de liderança, fato que dificulta a indicação de notáveis, que optam por ficar no mercado privado com uma remuneração mais alta. O problema, diga-se de passagem, também acomete governadores Brasil adentro. O “Estado do Fazer” andou em marcha lenta nos últimos anos neste país.

Mas o que chama mais atenção, na opinião deste colunista, é o danado do limite ético de empregar um parente, por mais competente que ele seja. Trata-se de uma questão simbólica, que denota a forma como o gestor entende a esfera pública. Esses órgãos não são empresas privadas; há muita diferença nisso. Tem prefeito que concorda com essa avaliação e tem outros que discordam. Ninguém é dono da verdade e ratifico aqui que não há crime. Cabe ao eleitor fiscalizar e, se acreditar haver prática criminosa, denunciar ao Ministério Público, que está aí para isso.

Nepotismo não! – De 2016 até a presente data, o MP já notificou prefeituras e câmaras municipais para adotarem medidas contra o nepotismo. Em ordem cronológica: Arcoverde, Ibimirim, Tabira, Solidão, Vicência, Macaparana, Limoeiro, Salgueiro, Cabrobó, Itaíba, Joaquim Nabuco, Flores, Calumbi, Bodocó, Sanharó, Vitória de Santo Antão, Ingazeira, Cedro, Alagoinha, Poção, Belém do São Francisco, Itacuruba, Cupira, Jupi, São José da Coroa Grande, Jabotá, Amaraji, Catende, Caruaru, Quixaba, Belo Jardim, Betânia, Maraial, Garanhuns e São Joaquim do Monte, além de Araripina.

Pega a todos – Ou seja, é uma questão que não se aplica a nenhum partido com exclusividade, mas à maioria deles. Tem gente de governo e de oposição nessa lista; da atual e da Legislatura passada, bom e mal gestor. Portanto, ela não está relacionada à orientação política. É uma prática que reúne caráter administrativo e cultural, que pega a todo mundo.

Nepotismo cruzado – Vigilante no combate ao nepotismo, o Ministério Público e o Judiciário de muitos estados brasileiros, infelizmente, ainda são célebres em práticas de nepotismo cruzado, que é quando um desembargador, por exemplo, tem um filho nomeado no gabinete de um colega de outro Poder. Em troca, ele nomeia o parente de alguém. Não tem ninguém santo nesse jogo.

Por: Arthur Cunha – Blog do Magno

Nepotismo: prefeito de Araripina nomeia a filha médica secretária de Educação

Por Arthur Cunha – Via: Blog do Magno

Uma semana após receber uma notificação do Ministério Público determinando o fim do nepotismo na prefeitura, a informação na cidade é que o gestor de Araripina, Raimundo Pimentel, nomeou secretária de Educação a filha Larissa Muniz Falcão. Ah, ela é médica. Pimentel também nomeou uma prima da esposa, a quase ex-deputada Socorro Pimentel, Roberta de Castro Falcão, para a pasta da Saúde.

A Prefeitura não nega as nomeações; já está circulando nas redes sociais atos da secretária Roberta convocando uma seleção pública, que serve para contratar mais gente para a prefeitura – será que parentes? As movimentações esquentaram de vez o clima na cidade e fizeram o prefeito entrar novamente na mira do Ministério Público, que já está atuando em Araripina.

Jair Bolsonaro diz que se por acaso Flavio errou, lamento como pai, mas ele terá que pagar’

Jair Bolsonaro concedeu entrevista à agência de notícias Bloomberg nesta quarta-feira (23), em Davos, na Suíça, e foi questionado sobre os escândalos envolvendo Flávio Bolsonaro, seu filho mais velho.

Ao responder, o presidente deixou claro que já considera a hipótese de que o deputado estadual e senador eleito tenha errado no âmbito do caso Coaf.

“Se por acaso ele errou, e isso for provado, eu me arrependo como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”, disse Bolsonaro, no segundo dia do Fórum Econômico Mundial.

A Bloomberg escreveu ainda que a investigação sobre Flávio Bolsonaro pode “minar a agenda anticorrupção do presidente do Brasil”.

O Coaf apontou que Flávio Bolsonaro recebeu em sua conta depósitos fracionados no valor de R$ 2 mil cada, totalizando R$ 96 mil. Além disso, ele pagou um título da Caixa de R$ 1 milhão. O escândalo ainda envolve Fabrício Queiroz, ex-assessor do parlamentar, que fez movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhões, também segundo dados do órgão.

Flávio não declara ao TSE sociedade que tem com o pai Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), além da relação de pai e filho com o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é sócio de seu primogênito na empresa Bolsonaro Digital LTDA. Na relação de proprietários da firma também aparecem os nomes dos outros filhos do primeiro casamento do capitão reformado, Carlos e Eduardo. A primeira esposa, Rogéria Nantes, é a sócia administradora do empreendimento.

É o que consta na base de dados da Receita Federal (veja abaixo). Contudo, diferentemente do pai, Flávio não divulgou possuir cotas da empresa na sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no registro de sua candidatura.

O presidente informou ao TSE possuir quotas equivalentes a R$ 249 no empreendimento, cujo capital social é de R$ 1.000. Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal pelo PSL de São Paulo, também declarou à Corte possuir a mesma quantia no negócio.

Já Flávio Bolsonaro, apesar de constar no quadro societário divulgado pela Receita Federal, informou ter, apenas, R$ 558.220,06 em outras aplicações diversas, sem explicitar a origem do valor. Confira, abaixo, a declaração do senador eleito à Justiça Eleitoral.

A Bolsonaro Digital LTDA. é uma empresa de marketing registrada em abril de 2017, com endereço em um apartamento residencial em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. A sociedade foi criada para monetizar vídeos e produções nas redes sociais.

Procuradas pelo Metrópoles, por telefone e por e-mail, as assessorias de imprensa de Flávio e Jair Bolsonaro não retornaram o contato até a última atualização desta matéria.

Na mira do Coaf
A partir da investigação de movimentações financeiras atípicas de assessores parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), incluindo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, um novo relatório foi pedido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

Com base no documento, Queiroz passou à condição de investigado pelo MPRJ devido à movimentação considerada atípica pelo Coaf de R$ 1,2 milhão durante um ano. Os valores que passaram pela conta bancária do ex-assessor em três nos podem chegar a R$ 7 milhões, conforme revelou O Globo.

O novo documento aponta que foram encontrados quase 50 depósitos em dinheiro numa conta de Flávio Bolsonaro – foram R$ 96 mil em apenas cinco dias. Segundo o relatório, o filho do presidente da República fez um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. Contudo, o órgão não conseguiu identificar o favorecido. Também não há data e nenhum outro detalhe sobre o pagamento.

O filho do presidente, em entrevista concedida à RecordTV, no domingo (20/1), afirmou que o pagamento do título bancário se refere à negociação de imóveis. O título pago à Caixa diria respeito ao financiamento de um apartamento, quando saiu o Habite-se. O depósito de R$ 96 mil feito em sua conta, parcelado em 48 pagamentos de R$ 2 mil, seria uma parte do valor da venda do mesmo imóvel, que ele teria recebido em dinheiro vivo do comprador.

Nem Flávio nem Queiroz prestaram depoimento oficialmente ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre as conclusões dos relatórios do Coaf.

Via: Metropoles

Coaf aponta que Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos suspeitos em 1 mês, no total de R$ 96 mil

O Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, a um trecho de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações bancárias suspeitas de Flávio Bolsonaro. Em um mês, foram quase 50 depósitos em dinheiro numa conta do senador eleito pelo Rio de Janeiro, no total de R$ 96 mil.

O documento traz informações sobre movimentações financeiras de Flávio Bolsonaro entre junho e julho de 2017. São 48 depósitos em espécie na conta do senador eleito, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Assembleia Legistativa do Rio (Alerj), e sempre no mesmo valor: R$ 2 mil.

Os depósitos foram feitos em cinco dias:

  • 9 de junho de 2017: 10 depósitos no intervalo de 5 minutos, entre 11h02 e 11h07;
  • 15 de junho de 2017: mais 5 depósitos, feitos em 2 minutos, das 16h58 às 17h;
  • 27 de junho de 2017: outros 10 depósitos, em 3 minutos, das 12h21 às 12h24;
  • 28 de junho de 2017: mais 8 depósitos, em 4 minutos, entre 10h52 e 10h56;
  • 13 de julho de 2017: 15 depósitos, em 6 minutos.

O Coaf diz que não foi possível identificar quem fez os depósitos. O relatório afirma que o fato de terem sido feitos de forma fracionada desperta suspeita de ocultação da origem do dinheiro.

A classificação do Coaf é feita com base numa circular do Banco Central que trata de lavagem de dinheiro.

No caso de Flávio, foi citada a realização de operações que por sua habitualidade, valor e forma configuram artifício para burla da identificação dos responsáveis ou dos beneficiários finais.

O documento, obtido com fontes da equipe de reportagem do JN, está identificado como “item 4” e faz parte de um relatório de inteligência financeira (RIF).

Relatório a pedido do MPRJ
O Jornal Nacional apurou que esse novo relatório de inteligência foi pedido pelo Ministério Público do Rio a partir da investigação de movimentação financeira atípica de assessores parlamentares da Alerj.

O primeiro relatório tratava da movimentação dos funcionários da Assembleia. Desta vez, o MP pediu ao Coaf pra ampliar o levantamento. A suspeita é que funcionários dos gabinetes devolviam parte dos salários, numa operação conhecida como “rachadinha”.

O MP pediu o novo relatório ao Coaf em 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flávio Bolsonaro ser diplomado senador. Portanto, segundo o MP, ele não tinha foro privilegiado na ocasião. Por causa desse relatório, Flávio Bolsonaro questionou a competência do MP.

Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão temporária da investigação e a anulação das provas. Ele foi citado no procedimento aberto pelo Ministério Público do Rio contra Fabrício Queiroz. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano.

Na reclamação ao STF, Flávio Bolsonaro argumentou que o Ministério Público do Rio se utilizou do Coaf para “criar atalho e se furtar ao controle do poder judiciário, realizando verdadeira burla às regras constitucionais de quebra de sigilo bancário e fiscal”.

Flávio argumentou também que “depois de confirmada sua eleição para o cargo de senador, o Ministério Público requereu ao Coaf informações sobre dados sigilosos de sua titularidade” e que as informações do procedimento investigatório foram obtidas de forma ilegal, sem consultar a Justiça.

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal, no entanto, tomou ao menos duas decisões de validar que o Ministério Público obtenha informações do Coaf sem autorização judicial.

O MPRJ se baseia ainda em norma do Conselho Nacional do Ministério Público que permite a solicitação de relatório de inteligência do Coaf e tem convicção de que não configura quebra de sigilo.

O Ministério Público nega que tenha havido quebra do sigilo e diz que as investigações decorrentes de movimentações financeiras atípicas de agentes políticos e servidores podem desdobrar-se em procedimentos cíveis pra apurar a prática de atos de improbidade administrativa e procedimentos criminais.

O MP declarou também que Flávio Bolsonaro não era investigado. Afirmou que o relatório do Coaf noticia movimentações atípicas tanto de agentes políticos como de servidores públicos, e que, por cautela, não se indicou de imediato os nomes dos parlamentares supostamente envolvidos em atividades ilícitas. Acrescentou também que a “dinâmica das investigações e a análise das provas colhidas podem acrescentar, a qualquer momento, agentes políticos como formalmente investigados”.

Ainda segunda a nota, essa “forma de atuar indica o cuidado que o MP tem nas investigações com o fim de evitar o indevido desgaste das autoridades envolvidas”.

Antes de a investigação ser suspensa, Fabricio Queiroz faltou a dois depoimentos no Ministério Público. Flávio Bolsonaro disse que só ia dar explicações depois de conhecer os autos.

O Jornal Nacional procurou a assessoria de Flávio Bolsonaro, mas não obteve resposta.

Por: G1-RJ