Prefeitura de Petrolina convida gestantes e puérperas para tomar a 1º dose da vacina contra a COVID-19

A vacina da Pfizer/Biontech foi destinada a mais de cinco mil gestantes e puérperas de Petrolina e dos 17 municípios que compõem a 8º e 9º Regional de Saúde. A Prefeitura está convidando essas mulheres do município a tomarem a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Nesses últimos dois dias, foram vacinadas 250 pessoas desse público-alvo.

Para ser vacinado é necessário realizar um cadastro no site: vacinacaopetrolina.tisaude.com. Além disso, ao se dirigir ao polo para imunização é obrigatório portar um documento de identificação com foto, comprovante de residência e uma declaração atestando que faz parte deste grupo prioritário. A vacinação ocorre das 8h às 17h.

“A vacina da Pfizer precisa ser armazenada em uma temperatura de -20°C, nesta temperatura, a vacina tem uma validade de apenas 14 dias. Porém o município de Petrolina recebeu essa vacina no último sábado (15), como ela já estava há uma semana no Recife, o tempo que temos de administração dessas doses é até o dia 23 de maio. Com isso, convidamos essa população que procure os polos de vacinação para receber o imunizante o mais breve possível”, alerta a diretora de Atenção Básica, Lorena Andrade.

Pontos de vacinação de grávidas e puérperas: SESC, no Centro; Escola Municipal Luiza de Castro, no João de Deus. Já por meio de drive-thur, a equipe estará no estacionamento da Justiça Federal, próximo à Câmara de Vereadores.

Petrolina também é referência para o armazenamento e aplicação da vacina em gestantes e puérperas de outros municípios pernambucanos. Este público está sendo vacinado em pontos diferentes dos que estão abertos para as petrolinenses. Os locais são: posto Paizão, posto Asa Branca e Escola Municipal Eliete Araújo, na Vila Mocó.

Petrolina já aplicou 100% das doses recebidas de CoronaVac destinadas aos idosos com 67 anos ou mais

A Prefeitura de Petrolina já aplicou 100% das doses recebidas neste último final de semana, destinadas aos idosos com 67 anos ou mais no município. Em dois dias de vacinação, cerca de 1.300 idosos receberam a segunda dose do imunizante. Nesta terça-feira (18), não serão abertos polos de vacinação com a Sinovac/Coronavac.

Os idosos que ainda não tomaram a segunda dose da vacina devem aguardar que o Ministério da Saúde faça um novo repasse de doses. É importante lembrar que não há prejuízo quanto à resposta imunológica da vacina com a segunda dose aplicada após o agendamento previsto. O Ministério recomenda completar o esquema vacinal mesmo após o prazo estabelecido.

“A partir do momento que as doses chegam a Petrolina, realizamos a distribuição para os polos o mais rápido possível para iniciar a imunização. Sei que existem muitos idosos que estão ansiosos, mas devido à paralisação do Instituto Butantan, precisamos aguardar com paciência a chegada dessas vacinas” destaca a diretora de Atenção Básica, Lorena Andrade.

Covid-19: mais de 1,2 mil municípios ficaram sem vacina nesta semana

Nesta semana, 1.270 cidades brasileiras ficaram sem vacina contra a covid-19, informa a  nova edição de pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O número corresponde a 41,6% de 3.051 prefeituras consultadas. Em 1.758 municípios (57,6%) não houve falta de imunizante.Conforme a sondagem, 1.142 municípios informaram não ter recebido a segunda dose da vacina contra a covid-19 para aplicação na população, o que representa 89,9% dos que afirmaram ter passado pela ausência de imunizantes.

Desse total, 1.112 prefeituras ficaram sem a segunda dose da CoronaVac e 90 sem a segunda dose da Oxford/AstraZeneca. Na semana passada, 1.305 municípios relataram o problema da ausência de segunda dose e 322 informaram ter ficado sem a primeira.

Nesta edição, a CNM incluiu uma nova pergunta sobre a resistência de pessoas à vacinação. Entre as pouco mais de 3 mil prefeituras, 957 relataram essa tendência, ou 31,4% da amostra, enquanto 2.079  não mencionaram esse tipo de atitude, ou 68,1%.

Entre as localidades onde foi constatada resistência à imunização, 63,4% relataram maior dificuldade com o imunizante da Oxford/AstraZeneca e 33,5% com a CoronaVac.

Do total de prefeituras ouvidas, 1.846 relataram ter iniciado a vacinação de gestantes e puérperas, o correspondente a 60,5%; e 1.185, ou 38,8%, ainda não começaram a imunizar esse segmento. Em relação a pessoas com comorbidades, 2.533 (83%) já começaram a imunização neste público e 504 (16,5%) ainda não deram início ao processo.

Insumos e oxigênio

A possibilidade de desabastecimento de medicamentos do chamado kit intubação foi apontada por 559 cidades, o equivalente a 18,3% das consultadas. No levantamento anterior, o índice estava igual. O nome é dado a remédios para uso de suporte ventilatório de pacientes com covid-19, como anestésicos e neurobloquedores.

A possibilidade de ficar sem oxigênio para o atendimento aos pacientes com covid-19 foi manifestada por 225 prefeituras, o correspondente a 7,4% das entrevistadas, e 2.738 disseram não estar com essa preocupação (89,2% do total). Na edição anterior, o número de cidades com problema de abastecimento de oxigênio havia sido 208.

Medidas de restrição

Entre as prefeituras que participaram da sondagem, 2.050 (67,2%) informaram ter adotado alguma forma de fechamento ou restrição de horário das atividades não essenciais, e 987 (32,4%) disseram não ter lançado mão desse recurso durante a pandemia.

Edição: Nádia Franco – Agência Brasil

Anvisa autoriza uso emergencial de coquetel contra a covid-19

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (13) o uso em caráter emergencial de um novo coquetel de anticorpos para o tratamento de pacientes com covid-19. A área técnica e os diretores avaliaram que o uso combinado dos medicamentos Banlanivimabe e Etesevimabe, da empresa Eli Lilly do Brasil, para casos em estágios iniciais traz benefícios, ainda que permaneçam algumas incertezas.

Os anticorpos objetivam neutralizar o vírus antes que ele entre na célula. Conforme análise dos técnicos da agência, eles têm potencial de eficácia maior quando empregados conjuntamente do que no uso individual.

De acordo com as equipes de análise da agência, quando utilizados juntos, os dois medicamentos podem reduzir em até 70% a incidência da covid-19. Tal eficácia se daria em pacientes que ainda não tenham evoluído para quadro grave e tenham alto risco de progressão.

O termo “alto risco” envolve pessoas com condições de saúde como idade avançada, obesidade, doença cardiovascular, diabetes mellitus tipos 1 e 2, doença pulmonar crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica ou imunossuprimidos.

A orientação é que a aplicação seja feita em hospitais, em razão da estrutura disponível e dos profissionais que realizam o procedimento. A Anvisa não indicou o uso em pacientes com quadros graves, situações em que o coquetel pode agravar o problema. Os remédios não poderão ser comercializados.

O uso emergencial foi autorizado por 12 meses. O tempo de espera para uso do coquetel, após aberto, não pode ser superior a 24 horas em ambiente refrigerado e sete horas em temperatura ambiente.

“Durante a emergência de saúde pública, a autorização emergencial é instrumento regulatório para fomentar tempestivamente opções terapêuticas mesmo em face de um produto em desenvolvimento clínico”, declarou a diretora Meiruze Freitas.

“A partir dos dados apresentados, os benefícios conhecidos e potenciais dos medicamentos quando utilizados em uso emergencial superam os seus riscos”, complementou o também diretor Alex Campos.

Incertezas

A indicação é que o coquetel seja aplicado a adultos. No caso de adolescentes, não houve comprovação de eficácia nos ensaios clínicos. A equipe técnica da Anvisa também apontou o que chama de “incertezas”, ou pontos não comprovados pelos documentos enviados pelo fabricante. Os técnicos defenderam a continuidade do monitoramento do uso do grupo de medicamentos para avaliar seus efeitos.

Entre as incertezas está a falta de ação contra a variante P1, existente no território brasileiro. “Isso gerou muita discussão na área porque a gente sabe que é uma variante significativa na nossa realidade. Muitas vezes o diagnóstico e teste para identificar a variante é mais limitado. Como essa associação de anticorpo mostrou resultados favoráveis, há incerteza de eficácia contra variante, mas ainda assim tem benefício plausível”, analisou o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes.

Este ponto foi considerado pelos diretores. “Ainda que haja pontos que não podem ser respondidos em sua totalidade, como a comprovação de eficácia clínica do produto contra a variante P1, é indiscutível o impacto que um medicamento que impede a progressão da doença pode trazer aos serviços de saúde”, concluiu a diretora Cristine Jourdan.

Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil

UNINASSAU sedia oficina promovida pelo Ministério da Saúde

A Faculdade UNINASSAU Petrolina foi escolhida para sediar a 2ª Oficina de Implementação da Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia (0MMxH). Promovida pelo Ministério da Saúde, a capacitação é destinada aos profissionais envolvidos no atendimento de parturientes e puérperas. A formação acontece de 13 a 18 de maio, a partir das 08h.

De acordo com o Ministério da Saúde, os participantes são médicos (obstetras, não obstetras e residentes), equipe de enfermagem (enfermeiros obstetras e generalistas), profissionais das equipes de transporte e gestores (locais, municipais e estaduais), que atuam diretamente no cenário do parto, no serviço de referência Hospital Dom Malan – Petrolina/PE.

Sobre a UNINASSAU Petrolina ser a sede do evento, a Coordenadora Acadêmica da Faculdade, Victória Carvalho, destaca que “a instituição sempre abraçou e se preocupa com os assuntos relacionados a saúde da  população. Receber um evento do Ministério da Saúde demonstra o quanto a UNINASSAU se tornou referência na região. Contar com esses profissionais aqui e ter como proporcionar a realização desse evento é um orgulho muito grande”, afirmou.

No Brasil, de 1996 a 2018, entre os óbitos maternos com causas obstétricas diretas se destacaram: hipertensão (8.186 óbitos), hemorragia (5.160 óbitos), infecção puerperal (2.624 óbitos) e aborto (1.896 óbitos). Os dados, do mês de maio de 2020, são do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

Anvisa pede suspensão imediata de vacina da AstraZeneca para grávidas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota técnica na noite desta segunda-feira (10) recomendando a “suspensão imediata do uso da vacina Covid da AstraZeneca/Fiocruz em mulheres gestantes”.

A nota foi divulgada após confirmação de que o Ministério da Saúde investiga o caso de uma gestante no Rio de Janeiro, que morreu após ser imunizada com a vacina.

“O Ministério da Saúde informa que foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso. Cabe ressaltar que a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela Covid-19”, diz a pasta comandada por Marcelo Queiroga em resposta à Folha de S.Paulo.

“Neste momento, a pasta recomenda a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades”, diz ainda o texto, contrariando a Anvisa.

Reações à vacina
Na nota, a Anvisa indica a suspensão como “resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país”.

“O uso “off label” de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, diz a agência, sobre a imunização de gestantes.

Apenas a Coronavac e a vacina Pfizer recomendam em bula a vacinação de gestantes sem recomendação médica.

Saúde distribui 1,12 milhão de vacinas da Pfizer a partir de amanhã

Na semana passada, o governo distribuiu o primeiro lote de vacinas da Pfizer com 1 milhão de doses.

De acordo com a pasta, a logística de distribuição das vacinas da Pfizer foi montada levando em conta as condições de armazenamento do imunizante. No Centro de Distribuição do ministério, em Guarulhos, as doses ficam armazenadas a uma temperatura de -90°C a -60°C.

Ao serem enviadas aos estados, as vacinas estarão expostas a temperatura de -20°C. Nas salas de vacinação, onde a refrigeração é de +2 a +8°C, as doses precisam ser aplicadas em até cinco dias.

“Em função disso, o Ministério da Saúde orienta que, neste momento, a vacinação com o imunizante da Pfizer seja realizada apenas em unidades de saúde das 27 capitais brasileiras, de forma a evitar prejuízos na vacinação e garantir a aplicação da primeira e segunda doses com intervalo de 12 semanas entre uma e outra”, informou o ministério.

A vacinação contra a covid-19 começou no país no dia 18 de janeiro. Até o momento, contando com esse novo lote, foram destinadas a todas as unidades da Federação aproximadamente 75,4 milhões de doses de imunizantes.  Até este domingo (9), mais de 46,8 milhões de doses já foram aplicadas.

Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil

Petrolina vacina mais de 15 mil pessoas contra a gripe H1N1

Está em andamento, desde o dia 14 de abril, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Em Petrolina, todas as Unidades Básicas de Saúde estão realizando a imunização de crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e puérperas (com até 45 dias pós-parto). A partir de agora, também estão inclusos os profissionais de saúde. Até esta quarta-feira (5), 15.949 pessoas já foram imunizadas. A vacina previne contra três tipos de vírus, a Influenza B, H1N1 e H2N3.

A Secretaria de Saúde recebeu 51.450 doses para imunização dos grupos pertencentes à primeira fase. “Estamos administrando estas doses em todas as unidades de saúde. Reforçamos que as pessoas pertencentes a este grupo, devem receber a vacinação no próprio posto de saúde, seguindo o horário de funcionamento da sala de vacina.  Na zona urbana, o atendimento é realizado nos dois turnos, e na zona rural, no período da manhã”, explicou a Diretora de Atenção Básica, Lorena Andrade.

Por a vacina contra a gripe não ter eficácia contra a COVID-19, a Diretora ainda esclarece: “Quem tomou a vacina contra o novo coronavírus, precisa aguardar um prazo de 14 dias para tomar a vacina contra a gripe ou qualquer outra vacina. Existe uma restrição para as pessoas que tiveram a COVID-19, elas precisam aguardar um prazo de 30 dias, do início dos sintomas, para assim, poder tomar a dose da vacina do H1N1. Estes esclarecimentos são necessários, uma vez que estamos com a aplicação destes dois imunos no município, é preciso conhecimento das pessoas para evitar aglomerações nas unidades de saúde”.

Para receber a vacinação contra gripe, os públicos necessitam portar documento oficial com foto, cartão de vacina, cartão SUS, já no caso dos profissionais de saúde é necessário levar documento que comprove sua atividade.

Pesquisa da Facape aponta redução no número de mortes da Covid-19 a partir da vacinação de idosos em Juazeiro e Petrolina

A Faculdade de Petrolina – Facape, divulgou nesta terça-feira (05)a pesquisa de evolução da Covid-19 nos municípios de Juazeiro-BA e Petrolina-PE. A pesquisa que é realizada pelo Colegiado de Economia, registrou aumento na quantidade de novos casos em Petrolina, nos meses de março e abril em relação a janeiro e fevereiro. Nos dois primeiros meses do ano foram 4.393 novos casos. O número sobe para 7.768 em março e abril.

Os índices em Juazeiro são menores, tendo 1.664 novos casos no primeiro bimestre e 4.231 nos dois meses seguintes.

Nas duas cidades o aumento foi muito elevado nos meses de março e abril. Em Juazeiro os óbitos cresceram 115,1%, quando comparado janeiro e fevereiro com março e abril.

Em Petrolina, o crescimento foi de 212,2%. A taxa de mortalidade é a razão entre óbitos e casos confirmados. Nas duas cidades, os comportamentos foram diferentes. Na cidade baiana, a taxa passou de 1,83% em janeiro para 1,75% em abril, ou seja, novos casos apareceram proporcionalmente ao número de óbitos.

Em Petrolina essa taxa era de 1,2% em janeiro e subiu para 1,45% em abril confirmando o aumento de novos casos proporcional ao aumento de óbitos.”

O coordenador da pesquisa, doutor em economia aplicada, João Ricardo de Lima, explica os índices de novos casos com os novos índices de óbito na região. “Esta é a primeira análise após a vacinação que começou no dia 19 de janeiro em Petrolina e mostra uma redução no número de mortes nas faixas de idade mais elevadas que houve que já foram vacinadas e um aumento percentual nas faixas que ainda não tomaram a vacina, notadamente os mais jovens que precisam fazer a sua parte e evitar aglomerações, respeitar o distanciamento social e fazer o uso da máscara e álcool gel de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, destaca-se a eficácia da vacina nesse sentido,” explica João Ricardo.

Apesar dos indicadores mostrarem que o número de casos de Covid-19 aumentou na região do Vale do São Francisco, a taxa de mortalidade é abaixo da média nacional (2,8%) e regional (2,47%).

Os dados reforçam a importância dos testes para identificar novos casos e cumprir as medidas necessárias de isolamento social segundo instruções do Ministério da saúde. O indicado é que se faça o máximo de testes na população para identificar os novos casos e posteriormente isolar as pessoas/famílias infectadas. Nos meses de março e abril o município de Petrolina fez mais de 30 mil testagens, em Juazeiro o número é menor, com pouco mais de 6 mil testes realizados durante o mesmo período.

“É importante continuar testando, fazendo campanhas, pois existem muitos casos de assintomáticos com potencial de transmitir o vírus. O ideal ainda é sair de casa somente se houver necessidade, e se possível, não permanecer por muito tempo em situações que proporcione aglomeração de pessoas,’’ finaliza o pesquisador.

Assessoria de Comunicação da Facape

Uso de anticorpos monoclonais contra covid-19 anima cientistas nos EUA

Cientistas da Universidade Vanderbilt, em Nashville (EUA), têm se mostrado animados com os resultados dos estudos realizados com os medicamentos que estão desenvolvendo para combate à covid-19 em parceria com a farmacêutica inglesa AztraZeneca. Tratam-se de anticorpos monoclonais, que estão se consolidado como mais uma possibilidade promissora para responder à pandemia.

“Estamos muito otimistas. Acreditamos que eles poderão se tornar uma ótima solução”, disse o imunologista James Crowe, durante 5º Simpósio Internacional de Imunobiológicos, evento organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ele participou hoje (4) de um painel que discutiu como a pandemia tem mudado a indústria de biofármacos. “Assim como ocorre com as vacinas, temos experimentado uma velocidade extraordinária nas descobertas sobre anticorpos monoclonais”, disse.

Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório e são largamente utilizados na terapia de algumas doenças, como alguns tipos de câncer. Há duas semanas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial para o tratamento de covid-19 de um medicamento desenvolvido pela farmacêutica norte-americano Regeneron. Ele combina dois anticorpos monoclonais: o casirivimabe e o imdevimabe. A administração por infusão intravenosa está permitida para pacientes que tenham a doença confirmada por exame laboratorial e alto risco de progredir para quadros graves. O uso do medicamento contava também com o aval da Food and Drug Administration (FDA), agência federal dos EUA.

Fase 3

Crowe apresentou detalhes da evolução da pesquisa da Universidade Vanderbilt, que está na reta final dos testes clínicos de fase 3. O estudo começou usando amostras do sangue de pessoas que foram contaminadas no final de dezembro de 2019 em Wuhan, cidade chinesa que detectou o primeiro surto de covid-19. As amostras foram coletadas em março de 2020, quando os voluntários já haviam se recuperado da doença. Os anticorpos foram detectados, os genes foram sequenciados e, a partir deles, foi feita a produção de DNA sintético.

Milhares de anticorpos monoclonais recombinantes foram desenvolvidos e submetidos a um estudo para saber quais deles eram capazes de inibir o coronavírus. A partir dessa seleção, iniciou-se o teste com camundongos em abril de 2020.

“Posteriormente passamos para um modelo de primatas. Os animais receberam os anticorpos monoclonais e foram inoculados com o coronvírus. Fizemos o teste para detectar o coronavírus no nariz e nos pulmões e não encontramos nenhuma única molécula de RNA. E o grupo de controle tinha bastante. Foi o sinal o verde”, conta Crowe.

Os testes clínicos estão utilizando um coquetel com dois anticorpos monoclonais. Segundo o imunologista, separados eles já deram bons resultados e juntos parecem atuar em sinergia. Ele afirma que uma vantagem do medicamento em desenvolvimento é a possibilidade de aplicação de uma única injeção intramuscular, não sendo necessária a administração intravenosa. “Parecem também muito bons contra as variantes de preocupação conhecidas até agora”, acrescentou. O sucesso da pesquisa levou o governo dos EUA a reservar US$ 486 milhões para financiar o desenvolvimento dos medicamentos se os estudos forem bem sucedidos.

Vacinas

Mais cedo, em outro painel, a geneticista Ana Tereza Vasconcelos também destacou os bons resultados das vacinas contra as variantes conhecidas. Ela é pesquisadora do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o LNCC tem se dedicado ao sequenciamento de genomas e identificação das mutações do coronavírus.

Vasconcelos explicou que existem as variantes de preocupação, que são as que ampliam a transmissibilidade ou a frequência de formas graves da doença que demandam hospitalizações, e as variantes de interesse, a partir das quais são mapeados marcadores genéticos específicos que podem ser motivo de atenção. Atualmente, há três principais variantes de preocupação, uma delas originada no Brasil, conhecida como p1. “Até esse momento, não parecem prejudicar a ação da vacina”, afirmou a geneticista.

 

Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil