Câncer é primeira causa de morte por doença em crianças

Rio de Janeiro - O Inca e o Ministério da Saúde inauguram, no Hospital do Câncer II (HC2), o primeiro Centro de Diagnóstico do Câncer de Próstata da rede pública do Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.

Hoje (15), Dia Internacional da Luta conta o Câncer Infantil, a oncologista pediátrica do Inca Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria, lembrou que atualmente a doença é altamente curável. “Essa é a principal informação que a gente tem”, disse.

Em entrevista à Agência Brasil, Sima afirmou que como a incidência de câncer vem aumentando lentamente ao longo dos anos, ele começa a aparecer como causa importante de doença em criança. “Como nem todas são curadas, a doença pode ter, na verdade, um percentual de mortalidade infantil também. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que foram registrados 2.280 óbitos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil.

Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”. Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático. “São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante”, reiterou a especialista.

Para a oncologista, a doença é muito séria, mas trouxe, ao longo dos anos, uma esperança de busca pela vida. Há possibilidade de cura, se o paciente é diagnosticado precocemente e tratado nos centros especializados de atenção à criança.

Alerta

Nos países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. “É menos do que nos países de alta renda porque muitas crianças já chegam aos centros de tratamento com sinais muito avançados”. Sima Ferman reafirmou que o diagnóstico precoce é muito importante. Por outro lado, admitiu que esse diagnóstico é, muitas vezes, difícil, tendo em vista que sinais e sintomas se assemelham a doenças comuns de criança.

O Inca faz treinamento com profissionais de saúde da atenção primária para alertá-los da importância de uma investigação mais profunda, quando há possibilidade de o sintoma não ser comum e constituir doença mais séria. Sima lembrou que criança não inventa sintoma. Afirmou que os pais devem sempre acompanhar a consulta e o tratamento dos filhos e dar atenção a todas as queixas feitas por eles, principalmente quando são muito recorrentes e permanecem por um tempo. “É importante estar alerta porque pode ser uma coisa mais séria do que uma doença comum”.

Podem ser sinais de tumores em crianças uma febre prolongada por mais de sete dias sem causa aparente, dor óssea, anemia, manchas roxas no corpo, dor de cabeça que leva a criança a acordar à noite, seguida de vômito, alterações neurológicas como perda de equilíbrio, massas no corpo. “São situações em que é preciso estar alerta e que podem levar a pensar em doença como câncer”.

Para os profissionais de saúde da atenção primária, especialmente, a médica recomendou que devem levar a sério as queixas dos pais e das crianças e acompanhar o menor durante todo o período até elucidar a situação para a qual a criança foi procurar atendimento. “E, se for o caso, fazer exames mais profundos e ver se há alguma doença que precisa ser tratada”.

Individualização

Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor. Isso vai nos guiar sobre o tratamento que oferece mais ou menos riscos para esse paciente ficar curado e seguir a vida”.

Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos. Se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. A chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”, disse a oncologista pediátrica.

Edição: Graça Adjuto – AGência Brasil

Dia ‘D’ de vacinação acontece em escolas municipais de Petrolina 

A Prefeitura de Petrolina, através da Secretaria de Saúde, segue buscando estratégias para ampliar atualização da carteira de vacina das crianças e adolescentes da cidade. Por isso, nessa quarta-feira (15), será realizado o Dia ‘D’ de vacinação nas escolas municipais. Nesse primeiro momento, foram selecionadas 10 escolas que ficam em áreas vulneráveis e possuem um grande público a ser atingido pela ação. As equipes da Secretaria de Saúde irão levar todas as vacinas disponíveis pela rede SUS.
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Serão contempladas as escolas municipais: João Nunes, no Km 25; Maria Clara Machado, N8; Osório Leonidas de Siqueira, no N5; Luiz Rodrigues, no bairro Santa Luzia; Professora Laurita Coelho Leda Ferreira, na Vila Marcela; Professor Nicolau Boscardin, no Henrique Leite; Professora Luiza de Castro Ferreira e Silva, no João De Deus; Professor José Joaquim, no José e Maria; Professor Walter Gil, no Mandacarú; e Santa Terezinha, no Dom Avelar.
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Para os filhos receberem a vacina, é necessário que os pais enviem o cartão de vacina, documento de identificação com foto, cartão do SUS ou CPF. “É importante destacar que a vacina é a única forma de manter o seu filho livre de doenças. Nesse Dia ‘D’ vamos disponibilizar vacinas que fazem parte do calendário básico vacinal, como Poliomielite, Tetravalente, vacinas da Covid-19, Meningite, entre outras. Essa é a hora de manter a sua família imunizada e livre de doenças”, destaca a secretaria executiva de Vigilância em Saúde, Marlene Leandro. 

Especialista explica como cuidar da alimentação antes, durante e depois do Carnaval

Fast food, comidas prontas, bebidas alcoólicas e comer são comuns durante a rotina de carnaval de muitos foliões. Contudo, para conseguir aproveitar todos os dias da festa de Momo é necessário seguir alguns cuidados básicos com a alimentação.

Segundo a nutricionista Karine Beck, estes cuidados são importantes antes, durante e depois das festas. O primeiro e um dos mais importantes é não sair de casa em jejum. “A alimentação antes de sair para a folia precisa ser reforçada, é ela que vai garantir a energia inicial para pular atrás do trio elétrico e conseguir percorrer todo o circuito das avenidas”, explica Karine, que também é professora do Centro Universitário UniFTC Itabuna.

Outra dica da especialista é não exagerar nas frituras nesta primeira refeição. “A pessoa pode escolher uma refeição que mescle uma proteína com raízes, por exemplo: uma carne ou ovo com mandioca cozida”. Além disso, frutas ricas em potássio como banana e abacate podem ser boas opções para evitar cãibras durante o dia.

Já durante a festa os cuidados devem ser redobrados, já que não é possível ter conhecimento sobre a procedência das comidas vendidas na rua. “Mariscos, frutos do mar, alimentos muito manipulados, como pastelões, tortas, maionese, molhos e cremes, devem ser evitados, pois eles exigem um controle altíssimo de qualidade que é impossível ter na rua”, comenta a professora.

Neste caso, o ideal é optar por alimentos que sejam vendidos lacrados, com exceção do amendoim cozido, que pode gerar risco de contaminação por aflatoxinas, toxina fúngica.

Chegou em casa, dormiu e acordou de ressaca? É possível também reforçar a alimentação durante o dia para conseguir sair novamente. “Tomar gengibre em pó pela manhã, misturado no suco, café ou água, garante um bom funcionamento do estômago e do fígado e, consequentemente, melhora os efeitos da ressaca. Também é possível optar por chás como boldo, alcachofra, hibisco, alecrim e dente-de-leão”, finaliza a nutricionista.

“Sou co dependente de drogas”: a família de quem vive a dependência química

A família tem um papel extremamente importante na recuperação do dependente químico. Ela não só pode, como deve ajudar seu ente querido na busca da libertação das drogas. Mas, muitas vezes, o caos que se instala na família e a fragilidade emocional que acaba passando, quase sempre a impede de enxergar a luz no fim do túnel. E não é possível ajudar da forma adequada o ente querido.

Para melhorar esse entendimento, vamos contar parte da história de S, empresária de 40 anos, casada com um adicto. “Eu conheci meu marido há 9 anos. Ele me contou de cara que era adicto. Eu não sabia o que era isso. Depois de um ano juntos, ele recaiu. Eu comecei a perceber que ele não tinha controle, tentava disfarçar, saia de casa e não dava notícia. É uma situação era muito difícil de lidar. No uso de drogas, ele fica frio, sem sentimentos; nessa fase, some o adicto e fica apenas a droga.”

Família em desconstrução

Depois do primeiro susto, S. decidiu se informar sobre a doença. “Quando não se conhece a adicção, para a família é mais complicado, porque a gente não está sob efeito de drogas que anestesiam os sentimentos. Chega um momento que a gente não acredita mais. A gente tenta salvar a relação, e quando ele está sob efeito de drogas, ele não tá nem aí. Se a gente não entende, o sofrimento é muito grande. É frustrante para a família de uma forma devastadora. Construir uma família com um adicto é muito difícil. A pior fase foi quando meu filho nasceu e ele teve outra recaída. Eu fiquei sozinha. Ele passava o dia de ressaca. Eu tinha medo até que ele pegasse o filho no colo, porque ele tinha surto de violência e eu precisava vigiar o bebê,”

A co dependência

A co dependência não chega a ser uma doença, mas se não for cuidada, pode virar. É o que explica a presidente do grupo de apoio a familiares de dependentes químicos Amor Exigente, Mara Silvia Carvalho de Menezes. “O co dependente não vive mais a sua vida, mas vive em função de controlar a vida do outro. Não vai ao cabelereiro, não se cuida. Para, pra cuidar da pessoa,” explica.

Com S, esse processo não demorou a chegar. “Você se vê numa grande escuridão. Eu tive depressão. Precisei entender que eu precisava me ajudar para ajudar meu marido. É possível, com informação, viver as nossas vidas, entendendo melhor que não é culpa dele ou dela. Existe todo um contexto: os problemas na família, a predisposição para o uso e outras coisas. Quanto mais conhecimento os familiares tiverem sobre esse “mundo paralelo” da adicção, mais fácil é lidar com todo.

Tratamento em Petrolina

Petrolina tem a Clínica Vida Serena para homens adictos. A equipe de multiprofissionais trabalha 24 horas por dia com internamento voluntário e compulsório. A média de tempo do tratamento é de 180 dias.

A clínica funciona na Rodovia Centro Pedrinhas – Condomínio Recanto das Águas, Chácara Vida Serena, 620. Para os pacientes e familiares, o contato pode ser feito através dos números: 87 – 99209-6678. Outras informações no Instagram:
@clinicavidaserena_vsf.
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Assessoria de Comunicação Clínica Vida Serena

Especialista fala sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

No Brasil, o câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres, além de ser a principal causa de morte por câncer. Segundo pesquisa do INCA – Instituto Nacional de Câncer, para o ano de 2023 foram estimados 73.610 novos casos no Brasil, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos a cada 100.000 mulheres.

A incidência é rara em mulheres jovens, sendo mais comum a partir dos 50 anos. Ainda de acordo com o Instituto, a taxa de mortalidade por câncer de mama no Mundo, por exemplo, foi de 11,84 óbitos a cada 100.000 mulheres, em 2020.

Diante deste cenário, o Dia Mundial da Mamografia, comemorado no dia cinco de fevereiro, é importantes para alertar as pessoas sobre a importância da prevenção, rastreamento e detecção precoce do câncer de mama. Com o diagnóstico precoce, o tratamento é facilitado e as chances de cura aumentam.

O câncer de mama

O câncer de mama é uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor capaz de invadir outros órgãos. Há vários tipos e alguns podem se desenvolver rapidamente. A maioria dos casos tem boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no desde o início.

A principal causa da doença é idiopática, mas existem fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, como o estilo de vida e as características individuais da pessoa. Entretanto, uma parcela dos casos pode ter origem genética familiar, principalmente envolvendo os genes BRCA-1 e BRCA-2.

Evidências científicas demonstram que o rastreamento do câncer de mama através da realização periódica da mamografia reduz a mortalidade da doença (INCA, 2022). “Infelizmente, o autoexame das mamas não apresentou impacto na mortalidade feminina pela doença e acabou não sendo mais recomendado. Apesar disso, a mulher deve ser encorajada a conhecer o próprio corpo e procurar atendimento caso note qualquer sintoma ou modificação nas mamas”, afirma a Dra. Carla Maria Franco Dias, Ginecologista e Obstetra, e docente do IDOMED.

Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

A mamografia

A mamografia é um exame radiológico das mamas, capaz de detectar nódulos, cistos, microcalcificações e assimetrias mamárias, mesmo em mulheres assintomáticas. O exame está disponível no Sistema Único de Saúde – SUS.

A recomendação do Ministério da Saúde – assim como a da Organização Mundial da Saúde – é a realização da mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) em mulheres com idade entre 50 e 69 anos, anualmente ou a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas. Mulheres identificadas como de alto risco para o câncer de mama podem iniciar o rastreamento mais precocemente, dependendo do fator de risco associado.

A médica explica que pacientes de qualquer faixa etária, sintomáticas ou com suspeita de alterações mamárias ao exame físico, podem realizar o exame na rede pública. Segundo o INCA, um exame de mamografia de alta qualidade tem precisão diagnóstica em cerca de 90% dos casos, possibilitando a detecção de um tumor de pequeno tamanho e/ou baixa densidade até dois anos antes de atingir a área de linfonodos.

A detecção precoce e o tratamento adequado do câncer de mama possibilitam alta chance de cura e sobrevida em relação à doença. “Quando há alterações na mamografia, podem ser necessários exames complementares como a ultrassonografia e a ressonância magnética das mamas. Na suspeita de câncer, é importante o atendimento especializado pelo mastologista, a fim de realizar biópsia da lesão mamária para confirmação da doença, geralmente através da punção por agulha grossa (core biopsy ou mamotomia) ou por remoção cirúrgica incisional ou excisional”, conclui a Dra. Carla Dias.

Hospital Dom Malan recebe visita da Secretária de Saúde de Pernambuco

O Hospital Dom Malan (HDM) recebeu nesta quarta-feira, 08, a visita da secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti e da secretária em Regulação da SES-PE, Domany Cavalcanti, para conhecer as instalações da unidade hospitalar que desde o início deste mês está sob administração do Instituto Social das Medianeiras da Paz (ISMEP).

No encontro, as representantes da SES-PE foram recepcionadas pela irmã Fatima Alencar, vice-diretora do ISMEP, que apresentou as instalações do hospital. Em reunião, foram debatidas as novas estratégias do Governo de Pernambuco para reestruturar a rede materno-infantil com a ampliação do número de leitos no interior do estado e a melhoria na realização de consultas e exames pré-natais e a Atenção Integral ao Parto e ao Nascimento.

A irmã Fatima Alencar destacou a importância da interiorização dos serviços de saúde, especialmente para a Rede de Atenção à Saúde do Vale do São Francisco – rede PEBA que é composta por 53 municípios de Pernambuco e Bahia que compartilham os serviços do SUS na região.

“Recebemos a equipe da Secretaria de Saúde de Pernambuco para mostrar a importância estratégica do Hospital Dom Malan e temos a certeza que vamos ofertar melhores serviços para a população que é diariamente atendida. A secretária Zilda Cavalcanti está empenhada em reestruturar a rede materno-infantil e nós estamos à disposição para contribuir nesta demanda”, destacou irmã Fatima.

Governo federal vai liberar R$ 200 mihões a estados e municípios para reduzir filas no SUS

© Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O governo federal vai liberar R$ 200 milhões a partir deste mês para apoiar estados e municípios na redução da fila de cirurgias, exames e consultas no SUS (Sistema Único de Saúde). A intenção é incentivar a organização de mutirões em todo o país para desafogar a demanda represada.

A medida integra a Política Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, que será lançada nesta segunda (6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Ao todo serão destinados R$ 600 milhões para essa medida. O restante, cerca de R$ 400 milhões, será repassado de acordo com a produção apresentada de cirurgias realizadas, principalmente abdominais, ortopédicas e oftalmológicas.
O programa é uma das prioridades do governo para reduzir a espera de pacientes por procedimentos que ficaram represados, principalmente, durante a pandemia da Covid-19.

A ação ainda prevê estratégias para garantir equipes cirúrgicas completas e melhorar o fluxo de atendimento em todo o Brasil.

Cada estado poderá estabelecer as cirurgias prioritárias, de acordo com a realidade local. A segunda fase, prevista para ocorrer entre abril e junho de 2023, inclui exames diagnósticos e consultas especializadas, com foco em tratamentos oncológicos.

Segundo o Ministério da Saúde, os critérios e detalhes para o repasse dos valores aos fundos estados e municipais de saúde serão publicados em portaria.

Cada unidade federativa terá que entregar um diagnóstico com a real demanda local por cirurgias, assim como um planejamento para executar o programa de redução das filas, para que seja estipulada a liberação de recursos. Estados e municípios devem apresentar o quantitativo de procedimentos realizados e dimensionar a redução.

Em reunião com conselhos de secretários estaduais e municipais no final do mês de janeiro, o ministério afirmou que faltam informações sobre os procedimentos acumulados.

“É um mistério completo, às vezes, ter esse número das filas. Queremos conhecer a fila”, disse o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda.

“Diria que é possível que a fila ultrapasse mais de um ou dois milhões de pessoas. Não são cirurgias de urgência, mas não podem ser programadas para daqui a dois, três, cinco anos”, afirmou Miranda.

Cannabis medicinal: conheça histórias de quem luta para ter o remédio

“Faz nove anos que eu nunca mais precisei levar minha filha para o pronto socorro por causa de convulsão”. O relato é de Cidinha Carvalho, mãe de Clárian Carvalho, hoje com 19 anos, e que trata a Síndrome de Dravet com uso do óleo de cannabis, remédio extraído da cannabis sativa, planta popularmente conhecida como maconha. Na última terça-feira (31), foi sancionada a Lei 17.618/2023, que institui a política de fornecimento gratuito desses medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo.

A partir de agora, o governo paulista terá de regulamentar e estabelecer regras para distribuição dos medicamentos. Em 30 dias, a partir da publicação no Diário Oficial, deverá ser composta uma comissão, formada por técnicos, associações de pesquisa e representantes de pacientes e familiares, que ficará responsável por formular as diretrizes. A lei deve entrar em vigor em 90 dias.

Antes, os remédios só eram fornecidos pelo governo paulista por meio de decisão judicial. Em nota, o governo diz que a medida “minimiza os impactos financeiros da judicialização e, sobretudo, garante a segurança dos pacientes, considerando protocolos terapêuticos eficazes e aprovados pelas autoridades de Saúde”.

Para a psiquiatra Clarisse Moreno Farsetti, especializada em terapia canabinóide, a lei é um avanço, sobretudo para quem não tem condições de comprar a medicação. “A gente começa a ter um meio para que pessoas, que não tem condições financeiras de arcar com o tratamento, muitas vezes nem a papelada mesmo, a compra dos primeiros produtos. Provavelmente, depois da regulamentação, isso vai ser possível”.

Clárian e a Síndrome de Dravet

A notícia é também um alento para os pacientes que dependem dos medicamentos à base de cannabis e que, atualmente, só conseguem obtê-los por meio de medidas judiciais, associações da sociedade civil e outros mecanismos privados. Moradores na Vila Formosa, zona lesta de São Paulo, Cidinha Carvalho e o marido, Fábio Carvalho, descobriram que Clárian era portadora da Síndrome de Dravet quando a filha era bebê e apresentou um quadro de convulsão. Doença genética rara, a síndrome, também conhecida como Epilepsia Mioclônica Grave da Infância (EMGI), é progressiva, incapacitante e não tem cura. Caracteriza-se por crises epilépticas que podem durar horas e atraso do desenvolvimento psicomotor e cognitivo.

Antes de iniciar o tratamento com óleo de cannabis, Cidinha conta que a filha era apática, não interagia e convulsionava por mais de uma hora, com crises generalizadas. Não conseguia elaborar frases completas e sem coordenação motora: não corria, não pulava, não transpirava e sequer subia escadas sozinha. Durante o sono, tinha episódios de apneia, distúrbio que afeta a respiração, fazendo com que parasse de respirar uma ou mais vezes ao longo da noite.

Cidinha, Rafael e Clárian enfrentaram longa jornada para ter acesso a medicamentos à base de cannabis
Fábio, Clárian e Cidinha enfrentaram longa jornada para ter acesso a medicamentos à base de cannabis – Arquivo pessoal
De acordo com a mãe, com o óleo, a saúde de Clárian apresentou melhora significativa. As crises diminuíram em 80% e ficaram mais curtas, com duração de menos de um minuto. Após quatro meses de uso, ela começou a transpirar. E em oito meses, pulou em uma cama elástica pela primeira vez. O equilíbrio, o tônus muscular e o sistema cognitivo estão melhores, e a apneia durante o sono desapareceu. Clárian, inclusive, conseguiu iniciar o processo de alfabetização.

Habeas corpus

Até descobrirem os benefícios do óleo de cannabis para o tratamento da filha, Cidinha e Rafael passaram por uma longa jornada de aprendizado e de luta contra o preconceito. Foram muitos passos: primeiro, tinham que importar o remédio a um alto custo  (cerca de 500 dólares, na época); em seguida, conseguiram uma doação mensal da medicação por meio de uma “rede secreta” no Brasil; assumiram o risco de cultivar a planta sem autorização; aprenderam a extrair o óleo com uma organização chilena; e, por fim, conseguiram a autorização da Justiça para cultivar em casa a cannabis com fins medicinais.

Em 2016, o casal entrou com pedido na Justiça para ter o direito de cultivar e extrair o óleo em casa para fins medicinais. Nessa época, contaram com o apoio da Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (Rede Reforma).

Dois anos antes, pacientes e suas famílias já tinham iniciado a luta para conseguir esse direito, já que o Estado brasileiro não fornecia o medicamento e havia a ameaça de serem presos por cultivar a planta em casa, apesar de destinada para fins medicinais. No mesmo ano em que Cidinha e Fábio ingressaram com o pedido, um fato marcou essa jornada: um dos fundadores da Rede Reforma, do Rio de Janeiro, foi preso por ter cultivo de maconha para fins terapêuticos em sua residência. A partir desse caso, a rede passou a usar o habeas corpus preventivo, o mecanismo jurídico utilizado para proteger aqueles que já tiveram a liberdade coagida ou aqueles que estão sob a iminência de serem presos, para que as famílias tivessem o direito de cultivo.

“É assim que surge a tese, da junção da criatividade dos nossos fundadores com a sensibilidade contra as injustiças causadas pela Lei de Drogas, que começou a afetar a saúde de tantos brasileiros, prejudicando o acesso a essa saúde, à dignidade humana”, explica a advogada da Rede Reforma, Gabriella Arima. A tese foi replicada para milhares de outros casos. Hoje, estima-se que existam cerca de 2 mil salvos-condutos no Brasil, grande parte concedido pelo Tribunal Federal de São Paulo (TRF3).

Com o habeas corpus em mãos, Cidinha e Rafael passaram a cultivar a planta e a extrair o óleo em casa. E junto nasceu a Cultive – Associação de Cannabis e Saúde, com a missão de representar os anseios de quem necessita da cannabis como tratamento e defender a reforma das leis e políticas sobre drogas, de acordo com o site da associação liderada pelo casal.

Sobre a sanção da lei paulista, Cidinha diz que o mais importante é que seja cumprida. “Tão importante quanto a regulamentação é o estado cumprir. Nós temos três estados que já sancionaram, mas não estão cumprindo. Então, espero que São Paulo faça a diferença, mas para isso precisa ter uma regulamentação”.

Próximos passos

Segundo a advogada Gabriella Arima, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná já dispõem de leis semelhantes à sancionada em São Paulo, porém ainda há entraves ao acesso aos remédios.  “Ainda há uma dificuldade dos pacientes obterem esses medicamentos via SUS, o que torna essas leis inócuas”, aponta.

Sobre como a Lei paulista pode contribuir para o avanço do debate sobre a política de drogas no país, a especialista lembra que a legislação trata do acesso, o que beneficia a população de baixa renda, mas não traz mecanismos que estimulem a produção nacional desses medicamentos, reforçando a dependência pelos produtos importados, mais caros. “De um lado, acho que a gente caminha para uma desmistificação do tema, está caminhando para uma política pública que, teoricamente, abrangeria os mais pobres, pensando que hoje o tratamento com cannabis é caríssimo. Mas a gente não tem uma produção interna dos óleos. Então, dependemos de um mercado externo”, explica.

A psiquiatra Clarisse Farsetti espera que, na rede pública, os medicamentos à base de cannabis cheguem também para pacientes que sofrem de epilepsias, doenças neurológicas e para os que estão em cuidados paliativos. “Em outros estados, isso está acontecendo e a tendência é que, com o tempo, se fixe cada vez mais na nossa sociedade, e outras pessoas também tenham acesso ao tratamento”.

Já Cidinha deseja que o processo de regulamentação seja feito em conjunto com a sociedade civil, principalmente com os familiares, pacientes, médicos e advogados pioneiros nessa luta. “É preciso capacitar os médicos do SUS, não somente na prescrição, mas no atendimento, no acompanhamento de pacientes que fazem uso de canabinóides. É preciso fazer uma reeducação na parte policial, apenas para entender a necessidade do paciente, que precisa do uso da cannabis”, afirma.

Edição: Carolina Pimentel

Maioria das mortes por tumores no Brasil atinge pessoas de baixa renda

Mais da metade das mortes por tumores no Brasil (55%) ocorre entre pessoas com baixa escolaridade e baixa renda, revela estudo do Observatório de Atenção Primária da Umane, com base no último levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde de 2020. A Umane é uma associação civil independente, sem fins lucrativos, voltada para a articulação e fomento de iniciativas de apoio ao desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo os dados do SIM, das 229.300 pessoas que morreram por neoplasias (malignas ou benignas) no Brasil em 2020, 126.555 (55%) tinham até 7 anos de estudo; 20% tinham entre 8 e 11 anos de escolaridade e 9,2% tinham entre 12 anos ou mais de estudo. Os dados mostram que a mortalidade é maior entre os que têm menos escolaridade e renda.

A maioria (52%) das mortes por neoplasias (malignas ou benignas) são de homens e 48%, de mulheres, e 59,2% das vítimas têm mais de 65 anos de idade.

A melhoria global da qualidade de vida poderia evitar parte desses casos, afirma a diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rafaela Alves Pacheco, que é médica sanitarista e professora da Universidade Federal de Pernambuco.

“Os cânceres são múltiplos, mas têm uma relação muito próxima com a qualidade de vida, a organização das cidades, a preservação dos biomas, a alimentação, as condições emocionais, de trabalho e de acesso aos direitos humanos, assim como com a educação, o transporte, a qualidade de vida e os acessos à saúde. Todas essas perspectivas vão nos aproximar ou distanciar de um cuidado efetivo em relação aos cânceres de um modo geral”, diz Rafaela.

Para a especialista, a atenção primária à saúde, a medicina de família e comunidade podem melhorar esse quadro. “É preciso garantir o cuidado integral em saúde, a prevenção, a promoção e o acesso [a tratamentos] em qualquer situação do câncer. Então, é garantir o fortalecimento dos sistemas de saúde”, recomenda.

Segundo a médica, o câncer não escolhe classe social, mas as populações pobres sofrem mais. “Em relação ao câncer, todas as classes sociais são atingidas, mas existem os rincões de pobreza e miséria. Então, é bastante diferente para quem é mais pobre e não tem acesso e, por conseguinte, acabam tendo maior incidência de cânceres, de um modo geral.”

De acordo com a especialista, a solução são ações de equidade em saúde. “Precisa dar mais para quem precisa mais. Se temos populações que são mais vulneráveis aos cânceres, estas precisarão ter aporte de recursos e de providências sanitárias e sociais diferenciados. Nesse sentido, fortalecer o sistema universal de saúde é fortalecer a atenção primária, com as equipes de estratégia de saúde da família que estão mais próximas de onde as pessoas moram e trabalham.”

Promoção à saúde

Na visão da sanitarista, é preciso garantir que esse público tenha aporte maior de promoção à saúde, bem como fácil acesso aos serviços de atenção primária em saúde. “Na perspectiva da prevenção de saúde, precisamos ter protocolos estruturados, linhas de cuidado que farão a detecção precoce, o rastreamento baseado em evidências e protocolos clínicos, quando realmente são necessários e podem diminuir tanto a morbidade quanto a mortalidade, inclusive garantindo cuidados paliativos, garantindo que o paciente consiga ter uma sobrevida e uma qualidade de vida diante do que é possível.”

Rafaela destaca que nem todas essas dimensões são da área de trabalho da atenção primária à saúde. “Estão em outros níveis de atenção, mas podem e devem estar de forma conectada com a atenção primária à saúde, com o melhor para cada uma dessas situações.”

A médica ressalta que existem políticas públicas que visam aumentar o acesso da população de baixa escolaridade às informações, mas que a complexidade dos problemas necessita de ações intersetoriais. “O problema é sanitário, mas também é ambiental e social. Então nós vamos precisar de muitas mãos, e de muitos setores da sociedade civil organizada e das políticas públicas que estejam atuando conjuntamente”.

A médica aponta uma série de fatores que devem ocorrer junto com os cuidados em educação e saúde. “O próprio sistema educacional brasileiro pode e deve ajudar, sobretudo com as crianças, adolescentes e adultos jovens, garantindo esse conhecimento, esse automonitoramento, a melhora da própria escolaridade, o que vai fazer também com que o acesso à própria educação e à saúde aconteça de forma mais partilhada e impactante. A garantia da alimentação saudável, de atividade físicas, do combate ao tabagismo, da melhora dos índices ponderais, na perspectiva da obesidade”, exemplifica Rafaela.

Para ela, o controle e a melhora alimentar também dizem respeito ao combate ao uso de agrotóxicos e aditivos químicos e ao controle da poluição do ar, das águas e das florestas.  “Com o respeito aos nossos biomas, a garantia de políticas públicas indutoras de acesso à alimentação saudável, à comida de verdade, que não seja repleta de ultraprocessados, para que haja melhora metabólica e de bem-estar. Precisamos diminuir o sal na alimentação, de um modo geral. Não é só o saleiro da pessoa, precisa ter um regramento que garanta que as opções disponíveis sejam de fato compatíveis com a saúde de boa parte da população.”

Rafaela lembra que o Brasil tem grande número de hipertensos e diabéticos e que estes são fatores para o surgimento de cânceres e outros adoecimentos. “A alimentação melhorando, torna-se menos inflamatória e menos cancerígena”, destaca.

Papel dos agentes

O médico Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or do Rio de Janeiro, ressalta que muitos dos fatores de risco para diferentes tipos de câncer podem ser de alguma maneira modificados ou reduzidos e que, para isso, o agente de saúde tem papel fundamental.

“A população com baixa escolaridade precisa conhecer mais esses fatores de risco e, aí, o alcance dos agentes de saúde é maior do que de qualquer outro profissional da área. Por exemplo, a obesidade é um fator de risco para vários tipos de doença. Por isso, é fundamental que o agente de saúde alerte aquela pessoa sobre os riscos para o diabetes e doenças vasculares e também para vários cânceres”, diz o oncologista.

De acordo com o oncologista, o agente básico de saúde alcança essa população mais desfavorecida porque tem uma linguagem que é fácil de ser entendida, menos rebuscada do que a dos médicos, e conseguem ter uma capilaridade incrível no Brasil inteiro. “Eles podem falar de muitas coisas e contribuir para reduzir o risco de determinados tipos de câncer.”

As medidas de prevenção para os tipos de câncer mais prevalentes em adultos são, de modo geral, relacionadas ao controle dos principais fatores de risco, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e obesidade.

Edição: Nádia Franco

Carnaval tá ai? Fique de olho na alimentação na folia!

Na contagem regressiva para a maior festa popular do Brasil, é importante preparar o corpo para cair na folia. Fazer refeições leves e beber muito líquido durante o carnaval é necessário para a manutenção da energia física e mental.

“Esses cuidados são indispensáveis, mas a maioria das pessoas, que decide cair na folia, acaba se esquecendo disso e exagerando na alimentação, além de consumir bebidas alcoólicas em excesso. Essa combinação pode ser um desastre para o organismo”, alerta a nutricionista Maria Freitas.

Segundo ela, o indicado é fazer as três principais refeições – café da manhã, almoço e jantar – e lanches leves nos intervalos. Pra isso, Maria dá algumas dicas para um dia de carnaval:
No café da manhã, consuma cereais integrais, frutas e adicione proteínas, como ovos, queijos brancos, além de sucos desintoxicantes e energizantes, a exemplo de:
Para o almoço e o jantar, o conselho é fazer refeições equilibradas e leves, de fácil digestão, de modo que o folião possa manter a energia para pular o carnaval.

“A indicação é comer uma boa salada, uma proteína – como ovos, peixes ou frango –, uma leguminosa e uma boa fonte de carboidrato, como batata doce ou inglesa, macarrão, mandioca e arroz,” aconselha Maria.

Uma dica importante da nutricionista é que, antes de sair para a folia, as pessoas devem comer, evitando alimentos muito pesados e gordurosos, porque eles retardam o processo de digestão, deixando aquela sensação de estufamento.
“É possível fazer lanches dos intervalos e durante a folia. Esse lanche deve ser nutritivo e prático para garantir energia para pular até o amanhecer. Como dicas, temos a barra de cereais, frutas frescas ou secas, além de sucos naturais.”

Muita água para hidratar

Ainda nos dias de carnaval, é necessário beber muito líquido: “É preciso se hidratar corretamente para manter a energia, evitar desidratação e ressaca; Como a festa é na rua, opte também por água mineral (por questões higiênicas), água de coco, suco de frutas ou, então, isotônicos para reposição dos minerais perdidos com a transpiração excessiva”, sugere Maria.

Consumo de bebidas alcoólicas
E no carnaval é comum o consumo de bebida alcoólica, às vezes com exagero. “Quem abusar de bebidas alcoólicas durante o carnaval, é possível contornar a situação bebendo água ao longo da noite: bebidas isotônicas também são ótimas, porque têm açúcar, reidratam, não têm gás e são saborosas. Sucos de frutas e água de coco também são boas opções. É importante que o folião não fique em jejum. Beber em jejum pode causar desconforto, enjoos, tonturas, entre outros sintomas e situações desagradáveis, como náuseas, vômitos e dores de cabeça”, alerta a nutricionista clínica.

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Assessoria de Comunicação Nutricionista – Maria Freitas
Contato: 87 – 99975-1991